Navigare necesse, vivere non est necesse (general Pompeu 48 AC)
Somente a História nos instrui sobre o significado das coisas, como orienta o geógrafo Milton Santos. Ao reconstruí-la, incorporando novas realidades e novas ideias, como critério objetivo de progresso do Porto de Santos rumo ao futuro, avulta a regionalização da sua gestão, como Autoridade Portuária. Superar a atual barreira ao desenvolvimento desse complexo portuário é similar ao seu momento em 1892, ao substituir o porto dos navios à vela por estrutura para receber os navios a vapor. Estrategicamente, a concessão à Companhia Docas de Santos (CDS) construiu o porto para os navios do século XXI, com uma gestão focada em evolução e tornou-se o principal do hemisfério sul.
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Hoje, esse porto está novamente ameaçado, por seus limites insuficientes para receber o futuro. E as soluções alardeadas carecem de estratégia, para criar o mito do superadministrador de alto desempenho. Ou seja, comprometido com os resultados operacionais e construir o porto do futuro, como vem sendo debatido e ocorrendo nos principais complexos portuários do mundo. A sobrevivência do Porto de Santos no longo prazo, depende da sua capacidade de satisfazer o comércio marítimo, concorrendo com as novas logísticas, em destaque a ligação terrestre de Santos com o porto de Antofagasta, no norte do Chile, conectando os oceanos Atlantico e Pacifico, como conexão mais ágil com a China.
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Para liderar essa nova transição com êxito é necessário construir uma estrutura de Autoridade Portuária Regional. Como meta, a sua implantação em agosto de 2026. Levando em conta que essa iniciativa é debatida há 25 anos, com manifesta aprovação da comunidade do Porto de Santos. No mundo, ocorre uma evolução tecnológica no âmbito da comunicação, energia e automação; de muito mais impacto do que foi a revolução industrial com o advento da máquina a vapor e do motor a explosão. Digamos assim, que reflete sobremaneira na agilidade dos fluxos do comércio marítimo.
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Como nos alerta o velho refrão: comércio não tolera desaforo. Decerto, por razões objetivas, Regionalização do Porto de Santos diz respeito a sua comunidade. Cabe, pois, ao Conselho de Autoridade Portuária - CAP, no seu papel de fomentar o desenvolvimento do porto, pronunciar-se sobre a estruturação desse debate, com o propósito de produzir um projeto robusto para negociação com o governo federal, que detém de modo anacrônico total controle acionário do Porto de Santos. Trata-se de uma inciativa de interesse de toda a região beneficiada pelo comércio deste porto.
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No âmbito dos sindicatos, a identidade do trabalho no novo cenário portuário mundial tem no debate da Regionalização do Porto de Santos uma oportunidade de assumir a condição de novo sujeito social. É crucial entender a organização e representação dos interesses do conjunto dos trabalhadores na atividade portuária, no novo tempo da operação nos portos com tecnologias de última geração e automação, como ocorreu com o advento do guindaste. no sec XIX. Assim, evitar a perda de oportunidades essenciais, por aposentar prematuramente conceitos fundamentais.