Nada faz estimar tanto um príncipe como os grandes empreendimentos (N. Machiavelli)
Muito além de ser um puxadinho para ganhar votos para a próxima eleição, o Parque Valongo deve ser uma solução urbanística inovadora. Dando visibilidade à história gloriosa do principal porto do hemisfério sul e para estimular visão para um futuro grandioso, no tempo que chega, da 5G, tecnologia digital e inteligência artificial na atividade portuária e no dia a dia da cidade das pessoas. É hora de pensar uma relação Porto-Cidade inteligente, harmoniosa e próspera. Por certo, se os espaços urbanos não estiverem em ordem, em desordem eles entravam.
Leia mais
* Presidente do Porto de Santos avalia navio-tanque com potência de 55 bombas de Hiroshima
O desenho acima apresenta uma concepção artística da ampliação dos cais do Valongo-Paquetá. Trata-se do projeto da Maubertec, de recuperação do trecho Valongo-Paquetá, estendendo os cais sobre as águas do canal do porto. Essa obra foi iniciada, realizado o aterro e foi paralisada em 1993, após a extinção da Portobrás (empresa federal que administrava os portos). É uma possibilidade que convém ser considerada na busca de uma inovação desse trecho do porto, para ser o caminho eficiente à subida da Serra do Mar, pelos transportes do Porto de Santos.
Leia ainda
* Parte III - Ruínas do Valongo - Reativação
Logisticamente, hoje esse trecho é um gargalo do fluxo mais intenso do modal rodoviário do porto, que flui, principalmente, serra acima. As três faixas de rodagem à jusante do Paquetá, por onde fluem 70% das mercadorias movimentadas nessa parte do porto, são reduzidas a duas, quando acessam a Rua Xavier da Silveira. No fluxo ferroviário, o problema a ser resolvido é assegurar que não haja cruzamento com as travessias urbanas, de pedestres e veículos. São as principais correntes de transporte da margem direita do porto.
Leia também
* Diálogo sincero entre atores do Porto de Santos e região
Ao posicionar nesse espaço a proposta do Parque Valongo - com muito potencial histórico, cultural e lazer – ele deve fazer parte de um plano global físico-espacial, que deverá ser um marco da modernidade e de uma nova relação harmônica porto/cidade de Santos. Como resultado da simbiose do urbanismo, arquitetura e engenharia, na planificação operacional e construção com alto grau da criação. Cujo cronograma convém inaugurar a 1ª etapa em 2024 e finalizado em 2026, como obra magnífica, da cidade reverenciando o seu porto.
Leia ainda
* Distrito Portuário Alemoa: o retrato da omissão e de uma tragédia anunciada
É evidente que o Parque Valongo já deveria ter sido construído há mais tempo, com tanto acervo histórico e paisagens turísticas da cidade portuária de Santos. Por falta de direção competente, um patrimônio precioso vem sendo destruído. Entretanto, esse projeto não pode ser uma pedra no caminho para o Porto do Futuro, que tem que passar por uma rua Xavier da Silveira mais larga, para que a sua logística seja mais ágil.
Leia também
* História e evolução: o passado e o futuro do Porto de Santos
Implementar esse projeto sob um comando único - a autoridade portuária de Santos - alinha ideias e potencializa as ações. Pois, assim, dará uma sensação de unidade e de coerência – fato tranquilizante, como ensina Le Corbusier.
Leia mais
* Por uma real relação porto-cidade, defende Sérgio Aquino