Todo tipo de atividade portuária nunca foi para si, sempre houve outra necessidade ou desejo por trás.
O fato do Porto de Paranaguá, desde 2019, ter total autonomia de gestão de suas áreas e agora ter privatizado a sua dragagem, por uma decisão governamental, expõe o desacerto do programa de desestatização dos portos. Uma transição ágil, contudo um modelo que aumenta o caciquismo e expõe a reforma dos portos desnorteada. Sublinhando que o governador do Estado é Ratinho Júnior, filho do famoso apresentador e humorista da TV.
Artigo | Carlos Eduardo Bueno Magano
* Pêndulo portuário
Isto aparenta que o programa de privatização dos portos brasileiros não tem critério objetivo de promover produtividade portuária. Pois, bastaria reproduzir nos demais portos a agilidade que vem demonstrando nos portos do Paraná, como articulação política para as eleições de 2022. Houvesse mais diálogo e intenção de valorizar as comunidades portuárias, nossos portos poderiam vislumbrar o patamar dos portos asiáticos. Todavia, a realidade parece ser outra.
Editorial
* Falta governança asiática nos portos
O destaque e a vanguarda atribuídos ao porto de Paranaguá, justificando a agilidade de um processo de pouca transparência, são insuficientes para fundamentar o privilégio político havido e incontestável, na decisão que envolve múltiplos interesses do comercio internacional. Todavia, esse favoritismo faz transparecer que o governador Carlos Massa Ratinho Júnior, na reforma dos portos do Paraná, representa a prática da velha política.
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Decerto, essa realidade não constrói segurança para atrair investidores e não estimula projetos de longo prazo. Assim como na desestatização do Porto de Santos, o principal do Brasil e sem o mesmo prestígio de Paranaguá junto ao governo federal, a sua reforma acontece sem amplo e com simulacro de diálogo com a sua comunidade. Uma controvérsia que mais confunde do que explica como eliminar monopólios e atender demandas do mercado.
Editorial
* A reforma portuária a partir do Porto de Santos
A consequência de tudo isso é resultar um porto sem a competitividade possível, por não levar em conta a sua particularidade e nem limitar as ações governamentais às macros políticas. Portogente sustenta a desestatização das funções operacionais e atribui as funções normativas e a arbitragem nas questões comerciais à comunidade portuária.