Desenvolvimento e sustentabilidade têm tudo a ver.
Atenção para o alerta que faz o engenheiro Murilo Pinheiro, presidente do Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo (Seesp), portanto da área técnica, sobre o crescimento que o Brasil precisa: "Se no passado as preocupações com a natureza já foram consideradas um empecilho ao desenvolvimento, tal visão hoje está mais que ultrapassada. Pelo contrário, é esse conceito retrógrado e equivocado que pode trazer prejuízos à geração de riquezas. Nesse contexto, é emblemática a situação da Amazônia, que ameaça as exportações brasileiras com a deterioração da imagem dos produtores nacionais no exterior."
A falta de controle das queimadas na região parece não encontrar solução, lamenta o engenheiro: "Se em 2019 o assunto já havia causado escândalo, em julho último houve piora do cenário, com aumento de 28% nos incêndios na área brasileira da floresta. Os dados de agosto também não trazem melhoras. Só o Estado do Amazonas, uma das unidades federativas em que o bioma se faz presente, registrou 7 mil pontos de queimadas, o maior número em 22 anos, conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Vale notar que, com menor repercussão internacional, também é calamitosa a situação no Pantanal, que em julho bateu recorde de incêndios."
Murilo Pinheiro faz um apelo: "É imperativo, pois, reverter esse quadro, ainda que o País viva atualmente acossado por uma pandemia que segue matando mil pessoas por dia em média e por uma crise econômica gravíssima. A obrigação se impõe inclusive como forma de busca pela prosperidade nacional em meio a tantas dificuldades. Ou seja, o desafio – complexo, porém factível – a alcançar é desenvolvimento sustentável com justiça social. Em outras palavras, seguir rumo ao avanço civilizatório."