Segunda, 18 Março 2024

O processo de desindustrialização enfrentado pelo Brasil com o fechamento de 17 fábricas por dia de 2015 a 2018 foi agravado pela pandemia de Covid-19. Mesmo com os recordes de produção registrados pelo agronegócio e com a necessidade de importação de diversas cargas, os terminais portuários se preparam para uma redução drástica das operações. Em curto prazo, há pouco o que fazer. A recessão será aguda, os dividendos reduzidos e o corte de funcionários será inevitável. Neste momento difícil, é imprescindível incorporar tecnologia, abraçar os avanços digitais, garantir segurança jurídica e fazer os ajustes necessários na regulação para que o Brasil ganhe competitividade no mercado internacional, além de garantir condições favoráveis para a movimentação de cargas no ambiente doméstico, aprovando avanços como a BR do Mar.

A Pesquisa Industrial Mensal do mês de abril divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE) indica que a produção industrial brasileira registrou retração de 18,8% frente ao mês de março de 2020. Em relação ao acumulado dos últimos doze meses, é possível detectar uma variação negativa de 2,9% e para o acumulado do ano houve retração de 8,2%. A queda de 18,8% na passagem de março para abril de 2020 foi a mais acentuada desde o início da série histórica, que começou em janeiro de 2002.

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Imagem de Lars Nissen por Pixabay

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A redução dos custos logísticos e a aplicação da multimodalidade somente serão viáveis com uma reforma tributária que resulte em ambiente inteligente e saudável para a sociedade brasileira. A reforma não acontecerá nas próximas semanas, afinal o País tem as consequências da disseminação de casos do coronavírus a enfrentar, além de uma crise institucional sem precedentes à vista. Dessa forma, o setor portuário clama por desregulamentação e pela interrupção de qualquer processo que altere normas vigentes que possam afastar investimentos e reduzir segurança jurídica.

Os setores de bens duráveis e de bens de consumo são os mais impactados no momento, com as impressionantes reduções de 85% e 52,5%, respectivamente, em comparação com abril de 2019. Somente produtos alimentícios, insumos de saúde e celulose registram índices positivos. Fundamental destacar a necessidade de o Brasil, para o futuro, planejar um complexo industrial robusto, conforme ressalta a Fiocruz, desenvolvendo produtos farmacêuticos e outros essenciais, incrementando as relações comerciais com grandes polos produtores, como China, Índia, países árabes e vizinhos do Mercosul, todas nações muito populosas.

O Ministério da Infraestrutura optou pela manutenção do cronograma de concessões de terminais portuários, mesmo com os reflexos da pandemia. A atração de capital doméstico e estrangeiro parece pouco provável, entretanto. Por isso, é preciso convencer Governo Federal, agências reguladoras e órgãos fiscalizadores a garantir um ambiente saudável para os players que já atuam na cadeia de suprimentos do País, sob risco de agravar a inevitável crise econômica que se desenha no horizonte.

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