A liderança dos engenheiros paulistas, Murilo Pinheiro, em sua mais nova avaliação do cenário nacional, salienta "os momentos mais difíceis da nossa história, por uma série de motivos. O Brasil, que já enfrentava gravíssima crise econômica e política, vê-se agora no epicentro de uma pandemia que, oficialmente, até o momento matou aproximadamente 30 mil pessoas no País. A população, especialmente a mais pobre, sofre duplamente, pelo risco à saúde e pelas imensas dificuldades econômicas".
Ele reforça medidas que entidades nacionais ligadas à engenharia vêm pontuando há muito tempo. Entre as propostas, diz Murilo, "apontamos a retomada das obras paralisadas, que foi inclusive cogitada pelo governo federal, e a reversão da indústria nacional para a produção de equipamentos médico-hospitalares. É necessário que essas e outras boas propostas sejam levadas em conta pelos dirigentes do País, tendo em vista nosso objetivo comum de superar os gigantescos e múltiplos obstáculos".
Todavia, defende que "seja defendido e preservado o Estado democrático de Direito, fora do qual só existe a barbárie. Isso pressupõe respeito às regras e às instituições por todos: poderes públicos e sociedade civil. Lamentavelmente, ainda estamos distantes do Brasil que desejamos construir e que o seu povo merece: próspero e desenvolvido, justo e soberano, em que todos tenham condições dignas de vida, em paz e segurança, com acesso a saúde, educação, moradia, saneamento ambiental, cultura, esporte e lazer. No entanto, por mais que essa nação ideal pareça por vezes inalcançável, ela só existirá algum dia dentro da democracia".
Murilo vaticina: "Não há atalhos fora desse rumo, apenas desvios cujos destinos não nos servem como sociedade. Cabe a todos nós contribuirmos para que possamos seguir a vereda que nos leve ao bem-estar coletivo efetivo. Nesta hora de tensão, sejamos responsáveis, solidários e verdadeiramente democráticos."