Terça, 26 Novembro 2024

Depois do desastre ambiental que atingiu diversas praias da região Nordeste, há que se pensar em ações preventivas, principalmente.

Por isso, foi realizada mais uma audiência pública da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), da Câmara dos Deputados, sobre o derramamento de óleo nas praias do Nordeste. Foi na quarta-feira (11/12). Na oportunidade, três cientistas de procedências diferentes relataram os efeitos do desastre ambiental e propuseram medidas para evitar novos acidentes.

600 óleo dadImagem do site da Agência Câmara dos Deputados.

Yara Schaeffer-Novelli, do Instituto de Oceanografia da Universidade de São Paulo (USP), criticou a demora do governo em agir para conter as manchas de óleo no litoral nordestino. A especialista questionou porque o Plano Nacional de Contingência, criado em 2013, não foi acionado a tempo. “A autoridade nacional operacional do Plano Nacional de Contingência teria sido, pela própria estrutura da lei, o Ministério do Meio Ambiente. Ele jogou a criança nos colos da Marinha”, disse.

Francisco Kelmo, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), apresentou dados de um estudo feito em uma amostra de recifes de corais próximo à Praia do Forte. Entre abril e outubro deste ano, o número de espécies caiu quase 47% e o número de animais diminuiu em quase 66%. O índice de branqueamento, que revela a contaminação dos corais e que tem média de 5 a 6% habitualmente, subiu para quase 52%.

Rede de satélites
O representante do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Ronald de Souza, detalhou a ação de correntes marinhas, dos ventos na costa brasileira e do regime de ondas. Ele enfatizou a importância de ações preventivas para evitar que desastres semelhantes aconteçam no futuro, pois reconheceu que, atualmente, não existe um sistema eficiente.

“A nossa proposta é instalar antenas de satélite que recebem dados de (outros) satélites que estão voando já, de outros países ou nossos mesmos, desde a ilha dos Açores, com a colaboração do governo de Portugal, até o sul do Brasil. Nós temos um sistema que já está didaticamente entendido de como tratar essas imagens e, principalmente, saber se aquele alvo colocado como óleo é realmente óleo, se é um falso óleo ou um alvo verdadeiro”, observou.

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