Comissão Externa criada para investigar o derramamento de óleo nas praias do Nordeste aprovou convite a cinco ministros para prestarem esclarecimentos
Parlamentares e representantes da sociedade civil acusaram o governo de lentidão e omissão na reação ao desastre ambiental que já atingiu, nos últimos dois meses, toda a costa do Nordeste do País. Participantes de audiência pública da Comissão de Meio Ambiente, na Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (30/10), fizeram várias sugestões para a continuidade dos trabalhos, como uma maior coordenação entre os órgãos do governo, a colaboração da sociedade civil e uma investigação profunda sobre a origem do óleo que contaminou as praias da região.
Audiência pública da Comissão de Meio Ambiente debateu o assunto.
Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados.
O gestor ambiental Sidney Silva falou sobre o trabalho de limpeza das praias de Pernambuco. Ele declarou que os voluntários não agiram por heroísmo, mas por desespero. “A gente espera que o governo assuma a integralidade da responsabilidade e chame os estados e municípios para apoiar. Os voluntários têm que ficar atrás, apoiando com água, alimentação, sem contato com esse resíduo, que é altamente contaminante e não sabemos como vai afetar as pessoas em médio e longo prazos.”
A pesquisadora Yara Novelli, do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP), detalhou as características do material que está chegando às praias e alertou que o monitoramento na área precisa ser feito em um período entre 5 e 20 anos a partir de agora. “Aonde estava o óleo, ele deixou sua marca. Os efeitos biológicos, tanto na fauna, quanto na flora, como no homem, também temos registros e, a longo prazo, nós vamos ser lembrados de que o óleo passou por ali.”
* Com informações da Agência Câmara de Notícias