Quinta, 25 Abril 2024

Em depoimento à CPI de Brumadinho nesta terça-feira (18), Fernando Henrique Barbosa, que trabalha há 18 anos na Vale, contou que, sete meses antes do rompimento da barragem, seu pai, com mais de 40 anos de serviços em mina, foi chamado às pressas, quase de madrugada, para ajudar a engenheira geotécnica Cristina Malheiros a corrigir problemas estruturais na barragem. O pai dele, Olavo Coelho, foi soterrado pela lama de rejeitos de minério de ferro, em 25 de janeiro.

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"Começou a brotar lama na grama da barragem, no talude. Não foi pouca, não. Foi muita. Do centro para a ombreira esquerda. Se vazou, era porque, por dentro, já estava tudo comido", disse Fernando Barbosa.

Cristina Malheiros teria mandado corrigir essa corrosão da barragem com areia, brita e manta geotêxtil. Olavo comentou com os filhos que a solução era insuficiente e que a barragem estava definitivamente condenada. Segundo Fernando Barbosa, a partir daí a Vale intensificou as simulações de emergência com a comunidade do Córrego do Feijão, mas não removeu o refeitório nem a parte administrativa, onde morreu a maior parte das vítimas.

"Foi a Cristina Malheiros que deu o treinamento. Ela mostrou para nós o mapa certinho de onde a lama iria passar. E ela falou: 'se estourar agora, aqui não sobra nenhum'. Por que não mudou o pessoal lá para cima, em Jangada, sendo que lá já tinha escritório e tudo?”, questionou ele. E completou: “Não sei porque ainda não prenderam essa Cristina. Por que ela não comunicou isso e isolou o pessoal do Córrego do Feijão?”.

Fernando Barbosa passou à CPI os nomes de outros funcionários que trabalharam com o pai dele na tentativa de corrigir a corrosão da barragem e sugeriu à CPI uma acareação entre eles e Cristina Malheiros.

A engenheira chegou a ser presa provisoriamente em fevereiro. Ela depôs à CPI em maio, disse que vistoriou a barragem dois dias antes do rompimento e negou a existência de sinais iminentes de desastre.

Para o presidente da CPI, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), não será preciso fazer acareação entre os funcionários porque a situação de Cristina Malheiros já está definida. Falta apenas provar a corresponsabilidade de gerentes e diretores da Vale.

"Aqui, a gente já chegou à conclusão de que a Cristina está enrolada até o fundo do poço e vai ser presa de novo. Só que a Vale está querendo jogar a bucha só para cima dela. Ela vai ser indiciada. O problema é que ela não é responsável sozinha", disse.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

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