Vivemos mais uma mudança de paradigma na história do mundo, como foram outras eras com o advento de tecnologias. Assim, foi a revolução industrial iniciada por volta de 1760, com a mecanização da produção executada manualmente por operários. Foi uma transição com impactos de desemprego, organização da classe trabalhadora, surgimento de classes sociais e das populações urbanas. Assim, deu-se o início da migração do trabalhador rural para os centros industriais.
Esse processo permanente de aumento da produtividade agora atravessa a era da tecnologia digital. Inicialmente os computadores, em seguida a Inteligência Artificial (AI) e a Internet. Um estudo recente da McKinsey estimou que até a metade dos empregos atuais poderia ser automatizada, e previu que 400 milhões de empregos em todo o mundo serão automatizados até 2030. E há projeções de 2 bilhões de desempregados.
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Diferente da Revolução Industrial, que substituía o trabalho do operário, a Revolução Digital substitui processos de produção, da concepção, produção e operação. Com uma impressora 3D serão reconstruídas partes queimadas da catedral de Notre Dame utilizando uma mistura de calcário e cinza encontrados após o incêndio. Assim, vai se garantir a originalidade da obra executada com calcário extraído de minas hoje soterradas e das quais não se consegue mais extrair esse material.
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Softwares substituem setores inteiros de produção. Entretanto, a automação terá um efeito menor sobre os trabalhos que envolvem o gerenciamento de pessoas, a aplicação de conhecimentos e interações sociais, onde as máquinas são incapazes de igualar o desempenho humano, por enquanto. Até 2030, ocupações como jardineiros, encanadores ou cuidadores de crianças e idosos permanecerão preservadas.
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Ainda que tarefas tecnicamente difíceis de automatizar e que geralmente geram salários relativamente baixos, o que torna a automação um negócio menos atraente, gerar trabalho daqui para frente será um desafio sem tamanho. Pois a velocidade e as quantidades substituídas do trabalho humano na Revolução Digital serão bem maiores do que foi na Revolução Industrial.
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A história sugere que com o passar do tempo os mercados de trabalho se ajustam às mudanças. Até agora, nunca sem luta.