Ricardo Maranhão, diretor da Associação dos Engenheiros da Petrobras, em evento recente dos engenheiros, na capital paulista, defendeu a retomada do desenvolvimento do País com a preservação e valorização do setor de petróleo e gás e da Petrobras. A petrolífera, afirmou, é responsável por cerca de 60 mil empregos diretos e ainda por mais de 1 milhão de empregos indiretos nas diversas frentes de produção ligadas à área de hidrocarbonetos. “A Petrobras gera de R$ 32 bilhões a R$ 35 bilhões de royalties em função da produção de petróleo e gás. Gera royalties para 900 municípios brasileiros diretamente e outros tributos para 14 Estados.”
Ressaltando a sua total concordância com o combate à corrupção em todos os níveis de governos e nas empresas, Maranhão ressalva a nocividade de se paralisar setores produtivos importantes do País, como a própria Petrobras e outras grandes empresas, no desenrolar da Operação Lava Jato, da Polícia Federal. “Deixo claro que sou totalmente favorável a investigação, mas a Petrobras foi vítima da corrupção numa combinação de políticos inescrupulosos, executivos de empreiteiras e de alguns petroleiros que não souberam honrar a camisa da empresa. Ela não pode ser penalizada e desvalorizada como estão fazendo.”
Nesse sentido, ele critica as duas últimas gestões da companhia, de Pedro Parente (que pediu demissão em 1º de junho último, após a paralisação de mais de 20 dias dos caminhoneiros por causa do preço dos combustíveis) e a atual de Ivan Monteiro, totalmente alinhadas às políticas neoliberais de entrega das riquezas do Brasil ao capital estrangeiro.
A defesa da Petrobras, conforme Maranhão, significa garantir um patrimônio imensurável do País, que é o pré-sal, “a maior descoberta de petróleo, no mundo, nos últimos 20 anos”. “Ela significa uma nova ‘fronteira’ geológica”, completou. Os desafios para explorar esse petróleo que está a 300km mar adentro, como descreve, são enormes, “mas os resultados são compensadores, e a Petrobras já desenvolveu, em parceria com mais de 100 universidades e centros de pesquisa do País, tecnologias para essa exploração”.
Em 2013, informa, todos os poços perfurados do pré-sal tivera 100% de acerto, um alcance quase inédito em relação a outros tipos de perfurações no mundo. “Em vez de defendermos essa grandeza, temos entreguistas na direção da empresa que passam informações falsas para a sociedade, uma delas é de que a Petrobras estaria quebrada. Isso é mentira. Há oito anos, a companhia mantém 16 bilhões de dólares em caixa.”
Maranhão lamenta que os governantes e o Congresso Nacional – “com as exceções de sempre”, esclarece – e parte da imprensa brasileira se empenhem em desvalorizar a Petrobras, com o claro objetivo de privatizá-la. Ele não tem dúvida que a petrolífera brasileira é peça-chave à retomada do desenvolvimento do País com crescimento que signifique, no seu bojo, justiça social.