O otimismo está baseado na perspectiva de retomada de encomendas por parte da Marinha do Brasil por novas embarcações. "A frota da marinha brasileira é muito antiga, sendo evidente uma grande demanda. A possibilidade de tirar a indústria naval do marasmo pode vir com o recurso do Fundo da Marinha Mercante (FMM), que a partir da medida provisória permitirá a Marinha a contratar ainda este ano a construção de 24 novas embarcações", garante o vice-presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), Sérgio Bacci, em evento que reuniu a indústria naval, a Marintec, realizado nesta quinta-feira (16/08), no Rio de Janeiro. O executivo se refere a MP que promete destinar parte dos recursos do FMM para a Marinha do Brasil aplicar na construção e manutenção da frota. O Fundo é utilizado para financiar atividades do setor naval, mas no caso específico da MP, haveria uma destinação de recursos para a Marinha sem a necessidade de restituição.
O gerente do departamento de Gás, Petróleo e Cadeia Produtiva do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luiz Marcelo Martins Almeida, tem também opinião positiva em relação ao mercado naval. Na palestra que ministrou no segundo dia do Congresso Marintec, Almeida afirmou que 2018 deve ser o último de crise para o setor naval brasileiro. Segundo ele, as empresas petroleiras vão retomar os investimentos em embarcações para fazer frente aos projetos adquiridos nos leilões do últimos anos e também porque estão mais fortalecidas financeiramente com a alta da cotação do petróleo. Almeida diz que, no futuro, com a retomada dos investimentos, "os demandantes podem apresentar garantias no lugar dos estaleiros".