Preservar a União de Nações Sul-Americanas (Unsaul), hoje ameaçada de extinção, parece ser uma necessidade estratégica na formação de um bloco de cooperação e a consolidação do Mercado Comum do Sul (Mercosul) e a Comunidade Andina (CAN), como mercados comuns.
Ainda que possa parecer irrelevante, a aproximação linguística do português e o espanhol latino-americano facilita de uma forma ímpar, no mundo, o contato entre países de um bloco político-econômico regional. E por conta da própria participação numérica, 50% do território, o Brasil tem um papel fundamental na superação da crise que acomete essa organização de interesse regional.
Abrangendo um mercado de quase 500 milhões de habitantes, a Unasul é um fator indubitável de aproximação política, comercial e monetária. No âmbito mundial, a existência e crescimento desse grupo também promove a competitividade do grupo globalmente.
O insucesso da diplomacia do governo Temer tem se refletido como um retrocesso na geopolítica regional, sob múltiplas análises. E no posicionamento ante questões de países vizinhos, como a Venezuela, não atuou no sentido de potencializar as decisões nacionais e promover a geopolítica brasileira.
Há que se concordar com o Prof da FGV, Matias Spektor, na sua coluna da Folha, que sem a Unasul, o ambiente regional seria mais precário do que hoje. E, na ótica diplomática, a estratégia para preservá-la chama-se multilateralismo.