As declarações de Michel Temer sobre ser candidato à Presidência da República, nas eleições de outubro, são surpreendentes. Até agora, ele tem se apresentado como um bom articulador no Congresso, e fora dele. Todavia, sem perfil de estadista, o que não estimula o Brasil a acreditar no seu potencial. Como consequência, há mais perdas do que ganhos, como mostram as pesquisas.
Foto: Agência Brasil
O Brasil tem possibilidades geoeconômicas e políticas, como produtor, domínio tecnológico e territorial suficientes para alçar uma posição global destacada. Porém, como afirma o coronel Nardo Serrano Brandão, do Centro de Comunicação do Exército Brasileiro, “a falta de um projeto nacional tem impedido que a sociedade convirja para objetivos comuns”.
Essa lamentável realidade tem sido compensada por uma intolerância irreversível com a corrupção, como traço de uma evolução cultural brasileira. Diferente de ser um aparente instante social, essa postura consolida um processo fundamentado na Constituição cidadã de 1988, como saída da ruptura política traumática de 1964. No todo, um período de 58 anos, em que foram implantados instituições, ordenamentos e inovações tecnológicas, que expõem informações antes inacessíveis.
No contexto global, as possibilidades brasileiras são afetadas e fazem parte de um cenário no qual três principais países atores (players) globais - China, EUA e Rússia - promovem intensas disputas da liderança planetária. Nesse ambiente, as lavouras e pecuárias do Brasil provocam uma reação em cadeia e influenciam todo um sistema de negócios e indústria, em uma longa rede de produção, onde são aplicadas tecnologias avançadas. Assim, é possível construir um País contemporâneo, nas palavras de Maurício Lopes, presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
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