Sexta, 20 Setembro 2024
Apesar de as grandes empresas de auditoria do País, PriceWaterhouseCoopers, Ernst & Young, KPMG e Deloitte Touche Tohmatsu - as chamadas Big Four, com 60% do mercado - estarem otimistas com as mudanças que a nova lei contábil trará ao País, esperando crescimento de até 30% na receita este ano, quem ganha mesmo são as companhias de segunda camada, como BDO Trevisan, Terco Grant Thorton e Baker Tilly, afinal são para elas que a maioria dos novos clientes irão recorrer.
A nova lei contábil obriga as empresas de médio porte com ativos superiores a R$ 240 milhões ou receita acima de R$ 300 milhões a divulgar, a partir e 2010, seus balanços corroborados por auditorias independentes, e são esses os clientes que deverão impulsionar os negócios no setor. Segundo especialistas ouvidos pelo DCI, este ano será marcado por transformações que vão acirrar a disputa entre as grandes empresas de auditoria, que terão uma maior concorrência com a ascensão dessas concorrentes menores. Nas últimas décadas, essas companhias têm conquistado uma fatia maior do mercado, e neste ano, a participação de cada uma deverá crescer em ritmo acelerado.
No caso da Baker Tilly Brasil, cuja matriz está localizada em Londres, o presidente, Osvaldo Roberto Nieto, credita 30% dos 45% de crescimento estipulado para este ano aos novos clientes conquistados graças à convergência das Normas Brasileiras de Contabilidade aos padrões utilizados globalmente definidos pelos International Financial Reporting Standards (IFRS). "Nosso crescimento neste ano será sustentado primordialmente pela conquista de novos clientes por conta desse novo nicho de mercado formado por empresas que serão auditadas e os outros 15% devido ao aumento do trabalho de consultoria relacionado a esta migração", detalhou Nieto.
O impacto da Lei nº 11.638, promulgada no final de 2007, vai atingir principalmente as empresas que estão abaixo das chamadas 500 maiores empresas brasileiras, consideradas de médio e grande porte, um dos focos de atuação das auditoras instaladas no País.
A maioria dos 890 clientes da unidade brasileira da Baker Tilly enquadram-se neste perfil, o que explica a expectativa de crescimento vultoso para a empresa.
Entre PriceWaterhouseCoopers, Ernst & Young, KPMG e Deloitte Touche Tohmatsu - as maiores empresas globais do setor -, a expectativa é de que os negócios também recebam um impulso. Para Fernando Alves, CEO para o Brasil da PriceWaterhouseCoopers, "o procedimento de adaptação deverá acarretar um incremento de 5% no volume de trabalho. Isso é positivo para auditores, pois traz a necessidade de os dados serem validados por um auditor independente".
A empresa, que atua no Brasil há 93 anos, registrou um crescimento de 24% em 2007, e para este ano, estima manter esta média. Como reflexo no aumento de trabalho, a PriceWaterhouseCoopers vai contratar 600 novos profissionais entre 2008 e 2009.
O posicionamento da Ernst & Young será de ataque. De olho nas possibilidades de ganhar mais mercado, a multinacional aposta na captação de novos clientes para sustentar sua taxa de crescimento, calculada em 30% para o ano em curso. "Estamos prospectando clientes e conversando a respeito dos IFRS, mas ainda não sabemos o quanto será atribuído a essa nova fatia do mercado", afirmou Sérgio Citeroni, sócio de Auditoria da empresa.
Impacto diluído
Para a KPMG, já houve um impacto, mas ele está diluído. "Fechamos 2007 com faturamento de R$ 404 milhões, 30% a mais que o ano anterior, e para 2008, a meta é crescer em média 20%", contou Pedro Melo, sócio de Auditoria da empresa.
A previsão de Edimar Facco, sócio de Auditoria da Deloitte, é de que o mercado se aqueça 10%. O executivo é mais comedido, e não vislumbra um aumento tão considerável nos negócios, assim como não vê muita alteração na rotina de trabalho dos auditores. Ele lembra que o boom das empresas para abertura de capital, ocorrido a partir de meados de 2003, abriu as portas para o mercado de auditoria.
Transparência
Além de facilitar a entrada de aportes estrangeiros no País, com a harmonização da contabilidade brasileira aos padrões IFRS, a convergência evidenciará um importante aspecto em relação às empresas: transparência.
Com a Lei nº 11.638, considerada um divisor de águas na atividade contábil, as companhias serão mais transparentes em relação a seus acionistas, sociedade e governo. "A necessidade de transparência, aliada às exigências internacionais, fará com que o mercado amadureça. A exigência de mais informações qualitativas nos balanços vai auxiliar na competição entre as empresas que desempenham atividades no mesmo ramo", pontuou Sérgio Citeroni, sócio de Auditoria da Ernst & Young.
Panorama
O mercado de contabilistas, composto por um universo que ultrapassa o número de 67 mil empresas especializadas na área no País, comemora o aquecimento nos negócios registrado durante o ano de 2007, que culminou em um faturamento bruto de R$ 2,14 bilhões em 2007. A perspectiva para este ano é de um incremento de 4,5% neste valor, chegando a R$ 2,23 bilhões, segundo a Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas.
A boa performance da economia, que injetou otimismo nas empresas e nos executivos brasileiros, a disponibilidade de financiamento nas instituições de crédito internacionais e o boom de empresas que abrem o seu capital na Bolsa de Valores de São Paulo são considerados pelos contabilistas os principais impulsores deste desempenho acentuado.
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