A menstruação é um espelho de como anda a nossa saúde física, mental e emocional. Falta de sono, uma alimentação desequilibrada, estresse e problemas endócrinos ou no aparelho reprodutor são algumas razões de ciclos desregulados.
A menstruação ainda é um tema pouco discutido nas famílias, nas escolas e nos meios de comunicação, o que faz com que muitas mulheres desconheçam ou saibam muito superficialmente sobre o funcionamento do próprio corpo, desde a adolescência. O mais comum é que o ciclo menstrual dure 28 dias, mas essa média pode variar entre 25 a 35 dias.
A menstruação é apenas a primeira etapa do ciclo menstrual, que é composto de duas fases, sendo que a primeira ocorre nos ovários e a segunda no útero. Conhecer o próprio ciclo menstrual é fundamental não só para evitar uma gravidez indesejada, mas também para perceber quando algo não está funcionando bem no organismo e pode até provocar o surgimento de um problema.
Perceber se o seu ciclo é mais duradouro ou curto, qual é a intensidade média dele e o que você costuma sentir logo antes e durante esse período é importante para manter a boa saúde. Se você tem percebido algumas alterações na menstruação, mas não sabe o que pode tê-las provocado, veja alguns fatores prováveis.
Estresse, alimentação e sono
A menstruação costuma ser um bom espelho sobre como estão os nossos cuidados com o nosso corpo e a nossa vida. O estresse, a escassez de sono e uma alimentação desregrada, marcada por produtos industrializados e pobres em nutrientes, são alguns dos fatores mais comuns que originam alterações menstruais.
Ocorrências mais frequentes de estresse e ansiedade podem atrasar e até impedir a ovulação em um determinado mês, alterando o ciclo menstrual. Isso ocorre, pois, o estresse provoca alterações no hipotálamo e na hipófise, regiões cerebrais que controlam os hormônios que regulam o ciclo. A falta de um sono regular é outra causa recorrente e tem impactos mais danosos quando acompanhada de estresse.
Se a sua alimentação não é balanceada, nem oferece as quantidades mínimas de nutrientes a cada dia, isso também impacta o ciclo, pois, os hormônios femininos são metabolizados e armazenados no tecido adiposo, cujo excesso pode interferir no funcionamento da hipófise.
Pílula do dia seguinte
Esta pílula deve ser utilizada de forma pontual e emergencial, em vez de ser adotada como um método contraceptivo regular, como a camisinha e o DIU. A principal razão disso é que ela possui altas concentrações do levonorgestrel, hormônio sintético, que provoca efeitos colaterais, como náuseas, dores de cabeça e alterações no ciclo menstrual.
Embora não seja abortiva, nem cause infertilidade, como muita gente pensa equivocadamente, a pílula do dia seguinte não é um método contraceptivo tão eficiente, pois o espermatozoide pode encontrar o óvulo antes da ingestão do comprimido. Por isso, tenha em mente que ela só deve ser usada em ocasiões excepcionais.
Problemas de saúde
Outro fator que pode alterar o ciclo menstrual é a existência de algumas doenças, como o hipotireoidismo (menor produção de hormônios da tireoide), o hipertireoidismo (produção mais intensa desses hormônios), a síndrome de ovários policísticos (distúrbio hormonal que gera o crescimento dos ovários) e a endometriose (crescimento do endométrio, mucosa que reveste o útero e outras regiões, como trompas, ovário e intestino).
Entre os sintomas mais comuns relacionados à menstruação e provocados por esses problemas, destacam-se um fluxo muito intenso, com cólicas intensas, ciclos irregulares ou antecipados. Em casos mais graves, a irregularidade pode ser sinal de questões mais desafiadoras, como tumores na hipófise e no útero. Um dos sintomas mais comuns dos miomas (sangramento uterino anormal) pode ser confundido com a própria menstruação.
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