É conhecida a parábola da vara de vime que, no feixe com outras, não é partida com a facilidade que ocorre quando ela está isolada. Mostra a mensagem que a união faz a força. Um porto também pode ser descrito como um feixe de recursos naturais, mão-de-obra, equipamentos e capital para prestar serviços.
Muito comum na atividade portuária é alguém utilizar a expressão condomínio para conceituar o conjunto de arrendatários de áreas do porto. Mas, ela é empregada muito raramente como reunião de forças para multiplicar resultados. Se algumas realizações nesse setor resultaram de esforços conjuntos, essas ainda estão bem abaixo do necessário para explorar todo o potencial do comércio através do Porto de Santos. Isso quase toda gente sabe.
Por outro lado, a poderosa força de cooperação simples se revela na histórica atividade portuária. Trabalhadores em fila indiana, transportando saco na cabeça, enchiam de mercadorias os porões dos navios.
A cooperação no processo de trabalho que encontramos no início da civilização humana, nos povos caçadores ou, por exemplo, na agricultura de comunidades indianas, fundamenta-se na propriedade comum dos meios de produção (Marx-O Capital). Na economia moderna, digital, pensar e produzir em parceria, preservando os interesses estratégicos e comerciais individuais são requisitos necessários para enfrentar a competição do mundo de hoje.
Debater de modo intenso a importância de aumentar as ações solidárias para melhorar o desempenho e a produtividade, poderá ser um modo de fazer uma reestruturação portuária para gerar mais riquezas e postos de trabalho. A pauta será a sociedade humana realizando-se.
José Antonio Marques Almeida (JAMA) é engenheiro civil, pós-graduado em administração portuária.
