Leitura atenta de alguns indicadores do processo produtivo voltado para o comércio internacional indica, com larga margem de segurança, que haverá crescimento significativo dessa área para os próximos 10 anos. Mais ou menos o que ocorreu na década dos anos 1965/75. Quem viveu este período deve lembrar da abundante oferta de emprego que aconteceu, mobilizando mão-de-obra de todo o território brasileiro. Os portos incluídos na logística dos corredores de exportação, na política de importação de máquinas e equipamentos para produzir produtos para substituir nossas importações, viveram grande expansão.
Os recentes e grandes investimentos realizados em infra-estrutura da logística do comércio exterior, em transportes e em movimentação e armazenagem de cargas nas áreas de produção e nos portos, são históricos prenúncios de desenvolvimento. Novas tecnologias e modernas formas de operar irão demandar novas aptidões, que precisam ser treinadas nos atores que desejam e precisam entrar na cena do trabalho.
Investimentos em equipamentos e programas inteligentes só conseguirão os retornos esperados e necessários, para remunerar o capital e possibilitar os reinvestimentos, caso também se otimize a operação desses projetos. Por isso, a qualidade da mão-de-obra será a diferença concorrente. Esse é um princípio que deve ser entendido com muita clareza, por todos aqueles que pretendem ter sucesso em algum segmento direto ou indiretamente ligado à atividade portuária.
Mais do que nunca, o aprimoramento dos talentos humanos da empresa tem de ocupar lugar junto com as decisões consideradas prioritárias para o sucesso do negócio.
José Antonio Marques Almeida (JAMA) é engenheiro civil, pós-graduado em administração portuária