Pela quantidade de desaparecidos registrados até este dia 29 de janeiro e diante da baixa probabilidade de resgate de pessoas com vida, segundo o porta-voz do Corpo de Bombeiros, Pedro Aihara, a desgraça de Brumadinho (MG), resultado do criminoso rompimento da barragem 1 da Mina do Feijão, administrada pela Vale, está se constituindo no segundo maior desastre único recente em número de mortes de seres humanos no Brasil, superando os incêndios na Boate Kiss e no Edifício Joelma e acidentes aéreos como o da TAM no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, e o voo Air France 447, que caiu no Oceano Atlântico.
Bombeiro trabalha em resgate de vítimas - Foto: Adriano Machado/Reuters
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Já é, também, o maior acidente de trabalho da história do Brasil como nação. Até então, a maior ocorrência já registrada em território nacional se deu em 4 de fevereiro de 1971 no Pavilhão da Gameleira, em Belo Horizonte, capital do mesmo estado de Minas Gerais. Embora existam informações imprecisas referentes à tragédia, o desabamento ocasionou 65 óbitos e deixou pelo menos 50 pessoas feridas.
O fato de o refeitório utilizado diariamente por funcionários e de estruturas do departamento administrado terem sido instalados abaixo do nível da barragem foi uma irresponsável displicência que resultou na chocante quantidade de vítimas em Brumadinho.
E qual a maior tragédia na história brasileira em número de mortes? Ela aconteceu no já distante 17 de dezembro de 1961, em um incêndio que tomou conta do Gran Circo Norte-Americano, que se apresentava em Niterói, no estado do Rio de Janeiro. Oficialmente, morreram 503 pessoas devido à ocorrência, sendo que mais da metade delas eram crianças que morreram queimadas, asfixiadas ou pisoteadas. Apesar de comportar mais de três mil espectadores o circo não oferecia saídas de emergência. Um ex-colaborador com distúrbios mentais que trabalhou por dois dias no local foi responsabilizado criminalmente pelo incêndio, alegando divergências com o gestor do empreendimento.
É importante listar que outra série de acontecimentos resultou em um número ainda maior de mortos, ainda que não tenha sido resultado de um fato único, como o incêndio do circo e o rompimento da barragem em Brumadinho: a onda de chuvas que castigou a Região Serrana do Rio de Janeiro em janeiro de 2011 causou 506 mortes de acordo com informações das prefeituras de Teresópolis, Nova Friburgo e Petrópolis.
Os hiperlinks inseridos ao longo dos parágrafos acima apresentam mais informações sobre todas essas grandes e lamentáveis tragédias brasileiras.
Atualização, 30 de janeiro - O internauta Antonio Florencio do Silva recordou, de forma oportuna, os deslizamentos de terra que ocorreram entre 1966 e 1967, na Serra das Araras, no Rio de Janeiro, ocasionados por intensas chuvas que atingiram a região. Não existe uma contagem oficial de mortos segundo a Defesa Civil Nacional, mas estima-se que cerca de 300 corpos foram encontrados e mais de 1.000 pessoas jamais foram encontradas e, provavelmente, ficaram soterradas. Os deslizamentos aconteceram sucessivamente, devido a diferentes eventos, ao contrário do rompimento da barragem em Brumadinho, que se trata de um fenômeno único.