A Transposição do Rio São Francisco é um projeto que teve início em 2007 que tem por objetivo irrigar regiões do semiárido nordestino. Existem diversos pontos de vistas em relação a esse projeto, como se é realmente válido o desvio de uma pequena parte do volume do rio através de dutos e canais para abastecer rios menores e açudes que secam durante a estiagem, algo normal se for considerar o ponto de vista ecológico.
Estima-se que, nesse projeto do governo federal, gastará R$4,5 bilhões e cerca de 12 milhões de pessoas serão beneficiadas (GUIA DO ESTUDANTE, 2014), favorecendo a agricultura que, nessa região, o ponto forte é a fruticultura. Entretanto, muitos ambientalistas se contrapõem ao projeto porque acreditam que há medidas mais baratas e menos prejudiciais ao rio São Francisco e todo o ecossistema que nele se relaciona, como a criação de poços profundos e cisternas para a captação da água da chuva, ao invés de mudar parte do fluxo de seu leito e, consequentemente, mudar drasticamente as condições ambientais que já foram cruelmente alteradas como na construção de barragens, usinas hidrelétricas e o reservatório de Sobradinho para fornecer energia à população nordestina que fez com que desaparecesse alguns afluentes do São Francisco, lagoas e várzeas naturais, onde várias espécies de peixes se reproduziam.
Durante a história, várias medidas políticas públicas foram criadas para tentar amenizar ou até extinguir a seca dessa região conhecida como Polígono da Seca.
Segundo INDRIÚNA, a primeira seca amplamente discutida e documentada foi a de 1877, quando cerca de 500 mil pessoas morreram de sede e fome. Na ocasião, o então imperador Dom Pedro II viajou até o nordeste e prometeu soluções para o problema, mas acabou não cumprindo a promessa. E, desde então, isso é um assunto discutido e até utilizado com fins maquiavélicos, conhecido como indústria da seca, sendo uma prática perniciosa de políticos (herdeiros do legado autoritário dos antigos coronéis nordestinos) de desviar recursos públicos que deveriam ser usados para ajudar a levar água para quem precisa.
De acordo com INDRIÚNA: “o projeto, que prevê também a revitalização de áreas degradadas da bacia, contará com a seguinte infraestrutura:
- Eixos de integração - são canais de terra, com seção trapezoidal, revestidos internamente por membrana plástica impermeável e recobertos de concreto. São dois eixos de integração: o Norte que segue da Bahia para o Ceará e Rio Grande do Norte e o Leste que passa por Alagoas, Paraíba e Pernambuco. O primeiro terá CERCA de 400 km e o segundo, 200.
- Aquedutos - espécies de túneis serão usados nos trechos de travessia de rios e riachos. Estão programados 27.
- Estações de bombeamento - são equipamentos para passagem da água em áreas com altitude mais elevada. Serão nove estações para bombear água para elevações com até 300 metros.
- Barragens - são reservatórios que permitiram o fluxo de água mesmo em horas que não há bombeamento. São cerca de 30. As obras já estão começando em algumas regiões. Entre 2004 e 2006, foram gastos R$ 194 milhões em obras de revitalização e recuperação do rio São Francisco com o reflorestamento de nascentes e outras áreas e CONTROLE de processos erosivos.”
Apesar das promessas, já ocorreram muitas mudanças do projeto desde o início de seu planejamento (1985), sendo esses dados não muito palpáveis.
Referências
ALMEIDA, L. RIGOLIN, T. Geografia. 3 ed.São Paulo: Ática, 2008.
Ministério da Integração Nacional.
INDRIÚNA, L. "O que é o projeto de transposição do rio são francisco?" http://empresasefinancas.hsw.uol.com.br/transposicao-sao-francisco3.htm. retirado em: 22/11/14