Estudo recente da McKinsey, "Resource Revolution: Meeting the world's energy, materials, food and water needs", estima que até 2030 teremos um acréscimo de 3 bilhões de consumidores pertencentes à denominada classe média. Já a KPMG, no relatório "Expect the unexpected", conclui que o setor empresarial deve incorporar as externalidades negativas, ou seja, além das demonstrações financeiras tradicionais, precisa contabilizar seu impacto ambiental.
Para enfrentar esses desafios, é necessário o uso de fórmulas inovadoras. Ao invés de se pensar tão somente na venda de bens de consumo, promover a ideia da venda da prestação de serviços a eles associados.
Por que não vender o serviço de refrigeração ao invés de geladeiras? Esta mudança conceitual poderia ser aplicada em relação aos fogões, televisores, máquinas de lavar louça e roupa, computador, ar condicionado, dentre outros.
E qual seria a vantagem desta inovação conceitual?
A grande virtude dessa proposta é que, com ela, haveria a possibilidade de se assegurar que tais bens de consumo atendessem aos mais rígidos padrões de eficiência energética, de conservação de uso da água e outros padrões estratégicos de sustentabilidade.
Vale lembrar que todos ganhariam: o consumidor, por usufruir bens tecnologicamente modernos e com a diminuição de sua conta de luz, água etc. O empresário poderia, com isso, fidelizar a clientela e economizar no frete da entrega do bem a ser substituído.
E mais do que isso, promover a destruição desse último, garantindo matéria prima para a siderurgia e promovendo a economia circular. A sociedade teria ganhos substanciais: economia de recursos naturais, menos investimentos em infra-estrutura energética, diminuição da demanda de aterros sanitários, prevenção da contaminação de lixo eletrônico. E até mesmo, menor congestionamento causado por caminhões de entrega.
No Brasil, temos uma cultura de compras parceladas, o que facilitaria a implantação deste novo modelo. Poderíamos começar com bens da linha branca e, a partir da daí, o céu é o limite em duplo sentido.
Caberia ao Poder Público, em articulação com o setor empresarial e entidades do consumidor, transformar essas ideias em boas políticas públicas, incorporando a ideia de ciclo de vida do produto.
Fonte:portaldalogistica