Isso representa um avanço significativo ante os equipamentos antigos, do final da década de 1990, que tinham apenas 10% dessa potência. A expectativa da Receita Federal é de que a nova tecnologia torne a fiscalização mais eficiente, reduzindo o tempo de liberação das mercadorias.
A aquisição das máquinas não será feita pelo Fisco, e sim pelos operadores dos terminais, mas as imagens serão interligadas ao seu sistema de vigilância.
O scanner inaugurado em Libra foi importado por cerca de R$ 4,5 milhões, levando em conta toda a infraestrutura necessária - como paredes de chumbo para segurar a radiação. O valor, no entanto, varia conforme as características do equipamento e pode chegar a R$ 9 milhões, segundo uma empresa do setor.
O preço dos equipamentos, de acordo com os fabricantes, é justificado pela tecnologia de ponta. É possível visualizar com nitidez, por exemplo, uma arma que esteja dentro da lataria de um carro ou cápsulas de drogas que tenham sido colocadas no motor de um veículo - tudo isso sem abrir o contêiner.
A análise da carga demora, em média, quatro minutos para ser concluída e depende, também, da habilidade do operador. Em Santos, os fiscais da Receita Federal começaram a receber treinamento para operar as máquinas este mês.
Agilidade
A nova estrutura confere ainda maior agilidade no fluxo de caminhões: são 120 vistorias por hora, o dobro do maquinário anterior.
Fiscalização
A perspectiva é de que o prazo comece a diminuir a partir de 2014. "Se conseguirmos chegar a um dia no 'canal vermelho' será excelente", afirma Alves. Neste canal, as cargas estão sujeitas à fiscalização documental e física. Enquanto no chamado "canal verde" a liberação é praticamente automática.
Isso resolve apenas uma parte do problema, segundo alerta o coordenador da Câmara de Logística Integrada, da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), Jovelino Pires.
"O scanner encurta o tempo de vistoria da Receita, mas o trabalho não é só dela", ressalta Pires.
De acordo com ele, além de avançar na área tecnológica, é necessário unificar as diversas fiscalizações dos órgãos anuentes. Em um cenário ideal, as fiscalizações seriam realizadas juntas, em um único dia. "Quanto mais tempo a carga fica no porto, maior o custo para a empresa, que no final repassa tudo ao consumidor."