Atualmente com o crescimento do comércio exterior – que movimenta em torno de US$ 500 bilhões por ano – e o sucesso dos planos federais de dragagem nos portos, o Brasil, definitivamente, entra no roteiro dos grandes navios, que estão cada dia maiores. Em breve, a gigante Maersk deverá trazer ao Brasil supernavios como o Maersk Triple E, com capacidade de receber nada menos de 18.270 TEUs (contêineres de 20 pés ou equivalentes). Em princípio, esses gigantes só poderão atracar em Santos(SP), Paranaguá (PR) e Rio Grande (RS) e talvez sejam obrigados a operar com carga inferior ao limite, para evitar problemas, até que as obras de dragagem sejam consolidadas.
Uma fonte do governo comentou que notícias como essa levam a uma “contínua modificação no pensamento federal e reanálise completa de estruturas”. O super navio tem 50 metros de boca e necessita de calado de 14,5 metros. O I Plano Nacional de Dragagem retirou 73 milhões de metros cúbicos de material, mas exigiu aperfeiçoamentos e o PND II deverá incluir áreas de cais, os berços. Assim, o Governo Federal assumiu dragar diretamente os berços, ao constatar que a delegação dessa tarefa criava um problema, pois navios grandes podiam ingressar no canal de acesso, passar por outras áreas mas esbarravam em problemas na hora de atracar.
No início do ano, o governo anunciou a criação de uma comissão destinada a impedir cobranças exageradas por parte dos práticos – profissionais que guiam os navios na entrada e saída dos portos. Até agora a tal comissão é inócua. Informa-se que, com alegação de que os navios estão crescendo de tamanho, a praticagem está exigindo dois profissionais para atuar na entrada e saída de navios, com cobrança duplicada em relação a valores anteriores. Antes, a questão era resolvida – apesar dos atritos constantes – pelas duas partes. Agora, o governo meteu a colher e o mercado se defronta com nova realidade, em que os preços estariam duplicados. Resta saber o que diz a tal comissão de praticagem.