Os ingleses não foram os pioneiros na construção dos canais de navegação fluvial. Essa façanha é atribuída aos chineses com a construção do Grande Canal no século X, cabendo a Chhiao Wei-Yo, no ano de 983, a construção da primeira eclusa como nós a conhecemos hoje, apesar de diversos autores creditarem a Leonardo Da Vinci (1452-1519) essa invenção.
O sistema de canais do transporte fluvial britânico teve um papel importante na Revolução Industrial do Reino Unido quando as estradas estavam começando a emergir do barrento período medieval e as carruagens e carroças puxadas por cavalos transportavam apenas produtos agrícolas primários e produtos manufaturados das corporações de artesões.
Não é acidental que entre os primeiros promotores dos canais ingleses estivessem as manufaturas de cerâmica e porcelana. O Reino Unido foi o primeiro país a construir uma rede de canais a nível nacional, que em 1962 atingiu 2.200 milhas (3.541 km).
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Veja acima mapa com a rede de canais de navegação fluvial da Inglaterra. Legendas:
- em vermelho canais largos
- em roxo canais estreitos
- em azul rios navegáveis
O sistema de canais na Inglaterra teve um crescimento inicial rápido e se tornou quase completo conectando o Sul, a Midlands e parte do Norte inglês e o País de Gales, quando 29 rios receberam melhoramentos para permitir uma navegação regular. Essas obras durante os séculos 16 e 17 começaram nos rios Tamisa e Wey.
Fotos: Victor Thives dos Santos
Instalações portuárias no Rio Tamisa próximas da London Tower - fev/2012
Na Escócia também foram construídos canais de navegação. Entretanto, nem todos eram conectados aos canais ingleses, com exceções dos canais Monkland, Union e Forth-Clyde com os rios Clyde (Glasgow) e Forth (Edinburgh).
As técnicas de construção dos velhos canais foram naturalmente melhoradas, como as retificações, os aterros, os cortes, os túneis e os aquedutos, além de planos inclinados e elevadores de embarcações, os quais juntos reduziram muitas milhas e eclusas, e principalmente as horas e os custos das longas jornadas de navegação.
Fonte: coluna Transporte Modal, por Silvio dos Santos