O desenvolvimento das grandes cidades mundiais está estritamente ligada à navegação em rios e à construção de portos para movimentação de mercadorias e locomoção de pessoas.
Em Paris, por exemplo, conta o colunista do Portogente, Silvio dos Santos, que o Rio Sena era o motor da vida da cidade no período medieval. As sociedades pré-mecânicas dispunham somente dos “motores naturais” para navegarem com suas embarcações nos rios, isto é, a tração animal ou humana, o vento quando a geografia permitia e a própria correnteza d´água, esta a mais importante, mas também a menos conhecida.
No Brasil, os rios também foram fundamentais para o desenvolvimento. Lembra a professora colaboradora plena da Faculdade de Educação da Universidade de Campinas (Unicamp), Olga von Simson, que na fase colonial a navegação permitiu às entradas e bandeiras penetrarem no vasto território tupiniquim.
Mais tarde, foram os rios que forneceram a água necessária ao desenvolvimento das cidades, como em Paraty, no Rio de Janeiro, por exemplo, onde o Rio Perequeaçu teve sua foz desviada para que ele passasse ao lado da cidade que se expandia no século XVIII e que sem sua água não poderia cumprir sua função de porto importante que enviava o ouro, explorado em Minas Gerais para o Rio de Janeiro e de lá para Portugal.