Companhia estatal de navegação brasileira, fundada em 19 de fevereiro de 1890, no ano seguinte a Proclamação da República, durante o governo do marechal Deodoro da Fonseca. Na segunda década do século XX, a companhia já era a maior do País: em 1939 tinha frota de 122 navios, dando ao Brasil a liderança no setor marítimo na América do Sul. A empresa foi extinta em outubro de 1997, com o objetivo de encerrar o crescente quadro de dívidas da empresa. Tinha linhas de cabotagem e internacionais operando a todo vapor. No porto de Santos, tinha intensa atividade, com atracações com uma média de 6 navios diários, com picos de até 17. No porto do Rio de Janeiro, sua sede, possuía um cais próprio e não utilizava-se de práticos.
O fim
Desde sua a armadora sempre enfrentou dificuldades, mas a que surgiu no final dos anos 80 foi a que levou a companhia a uma situação insustentável, com prejuízos e dívidas imensas, que finalmente levaram à extinção. A decisão do Governo de abrir a navegação brasileira a companhias estrangeiras foi fundamental neste cenário. O objetivo era baratear os fretes marítimos, reduzindo os custos das importações e exportações. Com uma acirrada concorrência entre as armadoras, que na disputa por espaço levaram os preços dos fretes para baixo, os reflexos foram trágicos para o Lloyd. Este quadro foi aliado à má gestão, ao excesso de pessoal e a custos trabalhistas elevados, entre outros fatores. Nos anos 90, ainda se tentou passar o Lloyd Brasileiro para uma armadora privada, mas as negociações não chegaram a um resultado satisfatório. Após leilões de seus navios e outros bens, o último ato do Lloyd, que alcançou o posto de maior companhia de navegação da América Latina e de uma das maiores do mundo, foi a extinção, atolado em dívidas de R$ 240 milhões. Neste artigo, do colunista Laire José Giraud, é abordada uma visão mais completa da história da primeira e única armadora totalmente nacional, grande marco da navegação brasileira.