Quinta, 21 Novembro 2024

Rogério Lessa, jornalista do Monitor Mercantil, colaborador da revista Rumos do Desenvolvimento. Prêmio Corecon- RJ de jornalismo econômico 2006

O Certificado da American Bureau Of Shipping (ABS), acima retratado, põe fim à discussão causada pela ideia equivocada divulgada na mídia de que o petroleiro Jião Cândido não estaria apto a navegar a longas distâncias da costa, já que trajeto até o Estreito de Magalhães, no Chile, foi taxado de "navegação costeira".

Segundo uma fonte da Transpetro, demonstra grande desconhecimento náutico dizer que a viagem para o Chile, pelo Estreito de Magalhães, é comparável à navegação costeira. "Trata-se do ponto mais ao Sul que pode ser contornado por quem navega pelo mar, por isso também se diz que a passagem de um navio por essa área é a navegação pelo fim do mundo."

Em 1520 tem início a história da navegação pelo Estreito, quando a expedição de Magalhães finalmente descobre a passagem para o Pacífico. Entre 1520 e 1540, os espanhóis realizaram cinco expedições ao Estreito de Magalhães. Estas cinco expedições envolveram 17 navios, dos quais apenas oito foram capazes de navega-lo em sua totalidade. Os outros navios naufragaram, desertaram ou foram repelidos em direção ao Atlântico pelos ventos SW permanentemente soprando em sua barra oriental. Isso serviu para espalhar a fama de como era perigoso para navegar.

"A passagem pelo Estreito de Magalhães faz parte do imaginário de todo navegador, juntamente com o Cabo da Boa Esperança, o Cabo Horn e as regiões polares. É um desses locais que ficaram marcados na história, pelo sacrifício e dedicação dos navegadores que se empenharam em alcança-los e navegar além."

Mas a desvalorização dos navios feitos no Brasil cumprem outro objetivo entreguista. O Jornal Estado de São Paulo defendeu recentemente a inclusão de navios da Transpetro no Plano de Desinvestimento da Petrobrás. O país tem um déficit de US$ 18 bilhões em fretes, sendo que apenas 3% de nossas operações marítimas são realizadas com navios de bandeira brasileira. Os números dão ideia do quanto é importante para o Brasil o resgate de sua frota naval, fundamental também para a indústria do petróleo.

Vale destacar que, nos EUA, os navios mercantes são considerados um apêndice da Marinha de Guerra. A legislação determina que devem ser projetados, construídos, operados e mantidos por norte-americanos.
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