Transporte / Logística
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O ministro dos Portos, Helder Barbalho, participa, nesta quinta-feira (3/03), de seminário para debater os desafios e as oportunidades do setor no Pará. O objetivo é levar aos investidores informações sobre as alternativas de investimento, que devem alcançar R$ 51 bilhões até 2042.
O segundo leilão de áreas portuárias do governo Dilma Rousseff, marcado para o próximo dia 31 de março, ofertará seis locais para terminais no estado do Pará, todos destinados a escoar a produção agrícola do Centro-Oeste brasileiro. Essas seis áreas receberão investimentos de R$ 1,667 bilhão em obras e novos equipamentos. Além disso, as empresas pagarão R$ 267,14 milhões em arrendamento à Companhia Docas do Pará ao longo dos próximos 25 anos.
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Garantir a eficiência da gestão de um terminal portuário é prioridade em todos os portos brasileiros, contudo, para o presidente da Associação de Terminais Portuários Privados (ATP), Murillo Barbosa, a autonomia dos portos privados oferece resultados concretos em relação à competitividade dos Terminais de Uso Privado (TUPs) no setor, principalmente em momentos de economia conturbada. “O gestor privado conta com maior liberdade e pode montar e modificar o seu corpo técnico sempre que achar necessário. Diversas pesquisas apontam que uma equipe bem estruturada e engajada nos propósitos da empresa alcançam resultados positivos”, destaca.
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Porto ágil também depende da valorização da mão de obra
Para o empresário, a agilidade para colocar em prática decisões estratégicas garantem impactos positivos diretos na qualidade dos serviços prestados, na produtividade e na contratação de serviços e mão de obra.
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O Brasil gasta em torno de 30 a 40% a mais na distribuição de produtos comparado a países que contam com infraestrutura logística adequada para escoar cargas. A avaliação é da Associação Brasileira de Logística (ABRALOG). Para o especialista em logística e vice-presidente de educação da entidade, Edson Carillo, a falta de estrutura compromete a competitividade do País, que poderia oferecer condições melhores aos embarcadores com investimentos em intermodalidade para reduzir os custos das operações.
Uma dificuldade levantada pelo especialista é o atual momento de retração econômica experimentado pelo País. Com a arrecadação em queda, a administração federal dispõe de menos recursos para custear projetos de infraestrutura, necessitando do apoio da iniciativa privada. A situação agrava-se ainda mais quando considerado o excesso de intervenção do Governo na definição de regras, o que cria entraves e gera insegurança para o investidor que planeja a longo prazo.
Quem compartilha a mesma opinião é o presidente da Associação Brasileira de Indústria Ferroviária (ABIFER), Vicente Abate. Ele pontua que o declínio no ritmo de crescimento do Brasil implicou, consequentemente, em um PIB negativo com previsão de queda em mais de 3%. Para Abate investir em infraestrutura logística seria a solução para ajudar a melhorar o PIB, além de contribuir com a eficiência logística no País. Outro ponto destacado pelo presidente da ABIFER é destravar a segunda parte do Programa de Investimentos em Logística (PIL2).
Segundo dados do Ministério do Planejamento, a segunda etapa do PIL2 previa investimentos em torno de R$ 198,4 bilhões para a concessão de aproximadamente 7 mil quilômetros de rodovias (R$ 66,1 bilhões); a construção, modernização e manutenção de 7,5 mil quilômetros de linhas férreas (R$ 86,4 bilhões); investimentos em arrendamentos no setor portuário (R$ 37,4 bilhões) e por fim a ampliação dos aeroportos (R$ 7,2 bilhões). Porém, dos 20 leilões planejados para este ano, apenas seis devem ser realizados, sendo cinco trechos rodoviários e uma ferrovia.
Em abril, os principais players do transporte de carga e da logística estarão reunidos na Intermodal South America 2016 para apresentar ao mercado as soluções multimodais desenvolvidas para superar os entraves impostos pela infraestrutura e dar vasão à produção industrial e agrícola.
A operadora logística Panalpina, tradicional expositora do evento, é uma das empresas que oferecerá suas soluções multimodais aos embarcadores de carga que visitam a feira . Para o Head of Airfreight Brazil, da empresa, René Genofre, é na crise que aparecem as oportunidades, por exemplo. Diante deste cenário, a empresa projeta expandir o volume de carga operado. “Apesar do ceticismo que é perceptível, percebemos um movimento importante entre os embarcadores que buscam novas soluções e parceiros. Estamos sendo procurados por empresas de vários setores em busca da nossa expertise para desenvolver, implementar e gerenciar operações logísticas com serviços e soluções diferenciadas”, conclui o Head.
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Por Solange Santana
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A Frente Nacional pela Volta das Ferrovias (FerroFrente) teme que a segurança no setor ferroviário seja ameaçada com a demissão, em janeiro último, de 50 funcionários da empresa Rumo-ALL, braço logístico da Cosan, que trabalhavam em manutenção na oficina de vagões de Sorocaba (SP).
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O silêncio obsequioso a favor da ALL
“As demissões atingiram diretamente o pessoal de recuperação de equipamentos ferroviários. Estamos preocupados com o desmonte da infraestrutura ferroviária criada principalmente com recursos públicos”, afirma José Manoel Ferreira Gonçalves, presidente da FerroFrente, que pediu providências, por meio de ofício, ao Ministério Público do Trabalho (MPT) e à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Gonçalves lembra que a ALL (América Latina Logística), em 2010, antes da fusão com a empresa de logística Rumo, “foi condenada a pagar R$ 15 milhões por manter 51 funcionários em situação degradante”. E acrescenta que a Rumo, que hoje controla a ALL, está na lista de empresas acusadas de trabalho escravo”, afirma Gonçalves. “Em 2014, o Ministério Público acusou a ALL de não disponibilizar água potável a seus trabalhadores. Empresas como a Rumo ALL não podem desprezar seus funcionários, que buscaram atender com qualidade durante anos, apesar de inúmeras dificuldades.”
Portogente entrou em contato com a assessoria de imprensa da ANTT para saber como está a situação das ferrovias brasileiras em termos de expansão, modernização, segurança, envolvendo, inclusive, a questão da mão de obra do setor.
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As exportações de soja e milho pelos portos do Arco Norte – Itacoatiara (AM), Santarém e Vila do Conde (PA), Itaqui (MA) e Salvador (BA) – saltaram de 13 milhões de toneladas para 20 milhões de toneladas no acumulado de 2015, em comparação com 2014. Esse resultado representa um incremento de 54% no volume de escoamento de grãos pelos portos da região, de acordo com informações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
E a tendência é que esse volume aumente ainda mais, especialmente com a entrada em operação de novos terminais portuários, principal objetivo dos leilões de arrendamento de seis áreas, todas no Pará, que acontecerão no mês que vem – dia 31 de março. Das seis áreas que estão sendo licitadas pela Secretaria de Portos da Presidência da República, cinco são para movimentação e armazenamento de grãos e uma para transportar fertilizantes, insumo importante do agronegócio. Dessa forma, o Arco Norte pode se consolidar como principal rota de escoamento de grãos produzidos no Centro-Oeste brasileiro.