Quinta, 12 Dezembro 2024

Deveriam as fábricas de pás eólicas serem localizadas ao lado dos portos? Dez em cada dez leigos dirão que sim. Produto de dimensões gigantescas, o primeiro desafio que se imagina é a questão logística, movimentação e transporte.

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Não há dúvidas que o peso logístico é importante e um constante entrave para ser superado. No entanto, foge à leitura daqueles que acompanham à distância a fabricação de pás outras questões relevantes que precisam ser ponderadas para a definição de onde se implantar uma fábrica.

Pá eólica 600

A produção de pás é um processo complexo que associa uso intensivo de mão-de-obra qualificada ao cumprimento de parâmetros críticos de qualidade. Isto exige uma interação constante entre grupos de tecnologia e times de manufatura.

Uma fábrica de pás que fature R$ 1,0 bilhão conta com cerca de 4,5 mil funcionários quando uma indústria de base tradicional necessita da metade deste número de colaboradores. As principais consequências disto são: custo de mão de obra tem peso relevante no preço final; produtividade é muito dependente da qualificação e rotatividade da equipe.

Dependendo da região ou microrregião em que está instalada a fábrica, o peso de custo de mão de obra (incluindo absenteísmo, custo de treinamento, alimentação e transporte) associado à variação de produtividade tem se mostrado, ao longo da história, ter impacto relevante, muitas vezes mais que compensando eventuais custos logísticos.

Pá eólica 2 600

Traduzindo em números, no caso da Tecsis, o peso logístico até o Porto de Santos representa abaixo de 3% do preço de uma pá. Por outro lado, pela experiência do setor no mundo, quando se compara a diferença dos custos de mão-de-obra acima associados a diferenças potenciais de produtividade, os impactos em custos podem superar 10% do preço.

Por essas razões, a Tecsis, que produz pás há cerca de 20 anos e já exportou mais de 40 mil pás, continua sendo competitiva no polo industrial de Sorocaba, onde desenvolveu um corpo técnico qualificado e experiente, preparado para mantê-la em posição de destaque da indústria global.

São também por essas razões que a Tecsis diverge do artigo publicado no Portogente no dia 9 de janeiro último (“Pás eólicas para exportação se fabrica nos portos”).

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