Ultrassom para detectar falhas em trilhos. Infravermelho, acelerômetros, sensores térmicos, dispositivos de monitoramento acústico e detectores de absorção de impacto para mensurar o atrito, o desgaste e as deformidades dos rolamentos e das rodas. Embora lembre a descrição de equipamentos de um filme de ficção científica, as tecnologias são bastante reais, e já utilizadas pelas mais importantes ferrovias norte-americanas. Mas não somente por elas: também pela brasileiríssima MRS. “Temos um intercâmbio muito forte com as ferrovias internacionais e estamos no primeiro time com relação a tecnologias ferroviárias, mesmo no cenário internacional”, é o que revela o especialista da MRS Wiler Luz.
Os primeiros sistemas de alta tecnologia ferroviária foram introduzidos pela MRS há oito anos. Em junho de 2013, a companhia se destacou globalmente ao tornar-se a primeira ferrovia de carga do mundo a adotar um sistema de controle de trens baseado em comunicação: o CBTC. Com ele, os trens passaram a trafegar em intervalos menores de tempo em função de monitoramento eletrônico e preciso. Paralelamente, a MRS deu continuidade ao desenvolvimento de novas e igualmente sofisticadas tecnologias.
Com parte delas já operacionais antes mesmo daquele ano, o ganho foi – e tem sido – duplo. De um lado, a manutenção dos cada vez mais menores índices de acidentes: entre 2007 e o primeiro semestre de 2016, período em que o volume transportado pela MRS cresceu 32%, a taxa de acidentes caiu de 6,22 para 1,77, indicador comparável ao das mais seguras ferrovias dos Estados Unidos. De outro lado, ocorreu expressiva melhora no transit time – que representa o tempo (em horas) entre a origem e o destino do fluxo de transporte de minério de ferro destinado à exportação. Em apenas quatro anos, a redução foi de 12,87% (de 22,62 horas, em 2012, para 19,71 horas, no ano passado).