Por unanimidade, a Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) aprovou nesta quarta-feira (16) a indicação de Erick Moura de Medeiros para o cargo de diretor de Infraestrutura Aquaviária do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). A indicação será agora votada pelo Plenário do Senado.
O relator da indicação, senador Vicentinho Alves (PR-TO), recomendou a aprovação do nome encaminhado pela presidente da República. No seu entender, trata-se de “um profissional que conhece muito bem a infraestrutura aquaviária brasileira”. Ele ressaltou a boa formação de Erick de Medeiros, atestada em seu currículo por inúmeros cursos de especialização e condecorações.
Erick de Medeiros nasceu em 1972, no Rio de Janeiro (RJ). Bacharel em Ciências Navais, pela Marinha do Brasil, é pós-graduado em Eletrônica e Guerra de Superfície. Serviu à Marinha por mais de 19 anos, chegando até o posto de capitão de corveta. Hoje, é servidor da Controladoria-Geral da União (CGU).
Sabatina
Antes da votação, ele foi sabatinado pelos integrantes da comissão. Em sua exposição inicial, Erick de Medeiros observou que o Brasil dispõe de 28 mil quilômetros de rios navegáveis, aos quais podem ser acrescentados outros 15 mil km se forem realizadas algumas obras. O modal hidroviário, apontou, é mais barato e emite uma quantidade menor de CO2:
- Uma barcaça com capacidade de transportar 500 toneladas equivale a 15 vagões ferroviários e a 60 caminhões. Além disso, o transporte hidroviário é o modal que menos interfere no meio ambiente – assinalou.
Os dados apresentados por Medeiros levaram senadores a questionar a falta de interesse do governo em priorizar os investimentos no sistema hidroviário brasileiro. Flexa Ribeiro (PSDB-PA) disse que é inadmissível que o país não aproveite todo o potencial de seus rios. Lasier Martins (PDT-RS) perguntou:
- Existe um lobby do setor de transporte rodoviário? Por que nenhum governo leva à frente? - questionou o senador.
Em resposta, o indicado observou que o uso das hidrovias nunca foi prioridade no país. Ele registrou, contudo, que o governo atual conta com um plano, de 2013, que tem como meta ampliar até 2031 a capacidade de escoamento dos grãos pelos rios de 25 milhões para 120 milhões de toneladas. Erick de Medeiros prometeu trabalhar para acelerar o projeto, mas disse que é importante a contribuição do Congresso e da sociedade:
- Já existe um plano. Minha intenção é revê-lo e talvez adaptá-lo. Eu pretendo fomentá-lo – assegurou.