A esperada abertura da Ponte Estaiada em Laguna, anunciada para o dia 10 de julho, levou Portogente a fazer um levantamento do modelo de logística da região sul de Santa Catarina e seu papel para o desenvolvimento e o papel histórico que a Ferrovia Tereza Cristina (FTC), com seus 164 quilômetros, tem no desenvolvimento da região sul do estado, passando por 14 municípios. A FTC tem acesso ao Terminal Intermodal Sul (TIS), com posição estratégica ao polo cerâmico do País. Nos 18 anos de privatização recolheu aos cofres públicos mais de R$ 142 milhões a título de concessão, arrendamento e tributos.
Leia também
História das ferrovias
Ferrovias de integração
Segundo a assessoria de imprensa da empresa, seu papel “é prestar o serviço de transporte ferroviário de cargas, na sua malha concedida (Estrada de Ferro Donna Tereza Cristina, antiga superintendência Regional de Tubarão da Rede Ferroviária Federal - RFFSA)”.
Fotos: Aiko Gasparetto
A assessoria informou que atualmente 96% da produção da FTC são destinadas ao escoamento do Complexo Termelétrico Jorge Lacerda, localizado em Capivari de Baixo, com o transporte de carvão mineral para a geração de energia. Os outros 4% das cargas são destinados e originados ao Porto de Imbituba, ajudando na intermodalidade do escoamento da produção pelos portos e reerguendo o modal ferroviário no sul catarinense.
Questionada a respeito do trecho sobre o Canal de Laguna, paralelo a Ponte Estaiada, a assessoria informou que, desde outubro de 2013, a ferrovia retomou o transporte neste percurso, movimentando cargas em contêineres do Porto de Imbituba ao Terminal Intermodal em Criciúma e sentido inverso. Essa movimentação totalizou até maio deste ano 13.432 contêineres (vazios e cheios), com perspectivas de crescimento. A manutenção do trecho ocorre de acordo com o seu plano de negócios.
A FTC tem uma trajetória controversa. Em 1996, ela fez parte do pacote de concessão das operações ferroviárias da RFFSA à iniciativa privada, o que, segundo a assessoria, deu sustentação e viabilidade econômica à ferrovia. Entre 1997 e 2013, a movimentação anual de cargas passou de 253,3 milhões toneladas úteis para 452 milhões, o que significa um crescimento de 78,5%. “No modelo atual de negócio, a FTC possui equilíbrio econômico financeiro, bem como tem cumprido, até o presente momento, as metas estabelecidas pelo Poder Concedente (Contrato de Concessão).” Segundo as informações, o modelo de gestão baseia-se nas normas ISO 9001 (Gestão da Qualidade), ISO 14001 (Gestão Ambiental) e na OHSAS 18001 (Gestão da Segurança e Saúde Ocupacional).