No lançamento da segunda etapa do Programa de Investimento em Logística (PIL), no dia 9 de junho último, realizado no Palácio do Planalto, em Brasília, foram anunciados investimentos no Estado do Paraná, que receberá recursos para dois modais: o rodoviário e o portuário. Está planejado, já em 2015, recursos no valor de R$ 4,5 bilhões para a concessão do trecho de 460 quilômetros, que inclui as BRs-476/153/282/480, ligando Lapa a União da Vitória, seguindo até Chapecó e à divisa entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
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O Porto de Paranaguá também receberá seis novos arrendamentos, totalizando investimentos de quase R$ 1 bilhão, com áreas voltadas para celulose (R$ 120,28 milhões), granéis minerais (R$ 186,73 milhões), veículos (R$ 54,8 milhões), grãos e açúcar (R$ 115,49 milhões) e duas exclusivamente para grãos (R$ 279,42 milhões e R$ 203,4 milhões). O governo estima que as licitações para essas novas áreas sejam realizadas no primeiro semestre de 2016.
O programa prevê ainda negociações com as concessionárias Litoral Sul (responsável pelo trecho entre Curitiba-Florianópolis) e Planalto Sul (que cuida da ligação Curitiba-Lages). A intenção do governo, assim como no caso das ferrovias, é ampliar o leque de obras nessas duas rodovias.
A crítica ao programa, segundo o presidente da federação das indústrias do Estado (Fiep), Edson Campagnolo, centra-se na ausência de investimentos na malha ferroviária paranaense. Uma das principais demandas do G7, grupo que reúne as principais entidades representativas do setor produtivo do Estado, era justamente a construção de novos trechos ferroviários no Paraná. Em especial, a implantação da ferrovia Maracaju (MS)-Paranaguá e da extensão da Norte-Sul até o território paranaense. As concessões nesse modal previstas no PIL 2, porém, concentram-se mais nas regiões Norte e Centro-Oeste.
Mobilizados por mais investimentos
Campagnolo avaliou positivamente os esforços do governo federal com o novo pacote de concessões para aprimorar a infraestrutura de transporte e reaquecer a economia, mas ressalta que o setor produtivo paranaense seguirá mobilizado para viabilizar mais investimentos em relação a ferrovias. “É notório, o déficit imenso em sua infraestrutura de transportes, um dos fatores que diminuem a competitividade”, afirmou.
Segundo Campagnolo, “programas de investimentos nessa área são sempre bem-vindos. Esperamos que o governo tenha eficiência para realizar as concessões dentro do planejado e dê segurança para que a iniciativa privada possa aplicar recursos nessas e em outras obras que são essenciais para o país”.