Vem dos mares de Santa Catarina o alerta para que o setor privado, as autoridades públicas e a sociedade se unam para resolver os gargalos que ainda possam comprometer a plena eficiência portuária no estado catarinense. Quem faz o alerta é a Logz Logística Brasil S/A, que mantém participação em três terminais - um ainda em implantação. Ela entende que o intercâmbio de informações e a convergência de ações, envolvendo agentes públicos e privados, com a participação das populações envolvidas, são indispensáveis para a solução dos desafios do setor.
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Um problema específico mobiliza os esforços da empresa no estado. Trata-se da necessidade de melhoria do canal de acesso à Baía da Babitonga, no litoral norte, onde estão situados o porto público de São Francisco do Sul, o TESC (terminal privativo de contêineres), e o Porto Itapoá, também privado, entre outros empreendimentos.
Com águas profundas (mais de 20 metros) e margens suficientemente distantes para permitir as manobras e o tráfego simultâneo de navios de grande porte, além de amplo acesso rodoviário, ferroviário e conexão intermodal, a Baía da Babitonga oferece condições de navegação e de operação diferenciadas - o que explica a concentração de importantes terminais na região. Também conta com grandes centros produtores e consumidores em seu entorno, entre eles Joinville.
Contudo, a falta de uma dragagem complementar no canal de acesso à Baía impede que os meganavios de contêineres operem com a sua capacidade máxima, gerando perda de escala e comprometendo parte da eficiência que seus modernos terminais podem proporcionar ao país. Hoje, as embarcações estão submetidas a uma limitação de até 11 metros de calado para acesso à Babitonga, além da determinação de operação exclusivamente diurna.
A limitação faz com que cerca de 1 milhão de reais deixem de ser movimentados a cada embarcação/dia somente em Itapoá. Diretor de Investimento da LOGZ, Roberto Lopes, entende que o problema será de fácil solução - uma dragagem complementar - se houver o correto esclarecimento da sociedade e o empenho de todos os setores: "Os terminais da Babitonga estão entre os mais modernos do país, dispõem de pessoal preparado e equipamentos de última geração. Mas sem uma adequada dragagem em seu acesso, parte desta eficiência não é totalmente aproveitada", afirma Lopes.
Em solo catarinense, a empresa tem participação na operadora portuária WRC (63% de participação), no TESC-Terminal Portuário de Santa Catarina (63%), no Terminal de Grãos de Santa Catarina-TGSC (50%), em implantação, e no Porto Itapoá (28%).