O secretário executivo da Secretaria de Portos (SEP), Mário Lima Júnior, está em situação delicada após ser denunciado por negociar com grupo investigado pela Operação Porto Seguro, deflagrada pela Polícia Federal e que está varrendo ampla rede, atingindo corruptos e corruptores envolvidos em diversos projetos ligados ao Porto de Santos. A SEP entretanto, contesta a informação divulgada em diversos meios de comunicação e até elaborou nota negando que Lima Júnior tenha facilitado a aprovação de projeto da empresa São Paulo Empreendimentos Portuários para o Complexo Bagres.
Leia também
* Diretores da Codesp não podem ficar de fora da Operação Porto Seguro
* Ministério dos Transportes quer Vieira fora da Codesp após prisão na Operação Porto Seguro
O nome de Mário Lima Júnior veio à tona devido a encontros que manteve com Paulo Rodrigues Vieira, membro do Conselho de Administração (Consad) da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), e considerado o "cabeça" de todo o esquema apurado pela Polícia Federal.
Recai também sobre o secretário executivo da SEP o fato de ter viajado a Santos em 26 de abril deste ano, em trajeto pago com dinheiro público, para visitar a área do porto privativo da Ilha de Bagres em companhia do atual diretor-presidente da Codesp, Renato Barco. Ele teria se reunido com o ex-senador Gilberto Miranda, um dos sócios do empreendimento, fato que a SEP nega.
Foto: LC Moreira - Secretaria de Portos
Mário Lima Júnior no Seminário SEP realizado na última semana, em Fortaleza
De acordo com a nota da Secretaria, todos os "os contatos mantidos pelo Sr. Mário Lima Júnior com o Sr. Paulo Rodrigues Vieira o foram em caráter protocolar, haja vista que ambos são Membros Efetivos do Consad". O órgão ainda aponta que em junho deste ano declarou-se sem competência legal para decidir sobre o pleito São Paulo Empreendimentos Portuários e registrou juridicamente que o terminal não se encaixa como serviço público de transportes, já que não haverá movimentação de carga de terceiros.