Sábado, 20 Abril 2024

O novo presidente da Câmara Brasileira de Contêineres, Transporte Ferroviário e Multimodal (CBC), Silvio Vasco Campos Jorge, assume a entidade – fundada em 1977 – em meio às comemorações dos 50 anos do uso do primeiro contêiner no mundo. Este desafio, para ele, é um dos mais importantes em toda a vida profissional. Vida esta dedicada ao contêiner e ao mar, outra grande paixão.

 

Sílvio Vasco, que também é diretor da empresa Multitêiner, no Rio de Janeiro, afirma buscar inspiração para suas atividades lendo biografias de políticos e figuras de destaque no cenário internacional. Na música, sua preferência vai do clássico ao popular, excluindo pagode e funk. Já nos filmes, o presidente da CBC deixa escapar seu viés marítimo. Sílvio gosta de grandes produções, como Titanic e O Rei dos Mares, e renomados clássicos como Ben-hur e Os Dez Mandamentos.

 

PortoGente: Qual a expectativa do senhor ao assumir a CBC?

Sílvio Vasco: A minha eleição foi uma grande vitória para a Câmara Brasileira de Contêineres, Transporte Ferroviário e Multimodal – CBC. Pois, como foi apresentada chapa única, darei continuidade aos pleitos já encaminhados aos vários órgãos dos Governos Federal, Estadual e Municipal, com o apoio de todos os Diretores que foram eleitos para o biênio 2006/2008. Tenho a sorte, inclusive, de assumir a Presidência da CBC quando festejamos os 50 anos do aparecimento do contêiner.

 

PortoGente: Qual a importância da CBC no setor portuário? Qual seu raio de ação?

Sílvio Vasco: A CBC está presente em todas as grandes decisões portuárias, participando como Membro Efetivo da Comissão Portos, Divisão de Logística da Associação do Comércio Exterior do Brasil (AEB), estreito relacionamento com a Associação Brasileira dos Terminais de Contêiner de Uso Público (Abratec), Confederação Nacional do Transporte (CNT), com as Federações Nacionais das Empresas de Navegação Marítima e de Tráfego Portuário (Fenavega) e das Agências de Navegação (Fenamar), além da Comissão Portos.

 

PortoGente: Como você vê a utilização do contêiner nos portos brasileiros? É possível obter lucros ao se investir no Brasil?

Sílvio Vasco: A iniciativa privada nos últimos 35 anos, quando iniciou a conteinerização no Brasil, sempre acreditou nas várias atividades que envolvem as operações de contêineres, tanto no lado do mar como em terra. Mesmo antes da privatização dos terminais portuários de contêineres, já tínhamos nas áreas retroportuárias grandes instalações para atender os armadores e as companhias de alugueis de contêineres (todas estrangeiras), no que se refere a reparo, estufagem de carga e o armazenamento dos contêineres cheios e vazios. Os investimentos na área de contêineres estão sendo bem sucedidos quanto ao seu retorno, pois, estamos tendo constantes aumentos nas movimentações de contêineres ano a ano, sendo este percentual sempre acima de 15%.

 

PortoGente: Qual a importância do Porto de Santos, o maior da América Latina, para o setor?

Sílvio Vasco: O Porto de Santos leva uma grande vantagem sobre os demais portos brasileiros. A sua localização esta no maior Estado da Federação que representa sozinho mais de 35% de todo o comércio exterior brasileiro, além de receber cargas dos Estados do Centro Oeste e de Minas Gerais. Enquanto São Paulo for líder neste segmento, o Porto de Santos será o principal do País.

 

PortoGente: O que o senhor pode dizer sobre a última administração da CBC? A linha de conduta será mantida ou novos projetos estão em vista?

Sílvio Vasco: Como respondido na primeira pergunta, a minha eleição foi por consenso da Diretoria que saiu, sendo que além dos assuntos em andamento, estamos programando um grande encontro ainda este ano, se possível, para festejar os 50 anos do surgimento do 1º contêiner, onde debateremos os entraves e uma logística para o futuro.

 

PortoGente: Como conciliar vida pessoal e profissional? A família lhe dá o apoio necessário?

Sílvio Vasco: Quando fazemos o que gostamos é fácil conciliar as duas coisas. Sempre que possível, minha esposa me acompanha nas minhas viagens de trabalho conciliando um pouco de lazer. Tenho total apoio da minha família naquilo que faço, tanto na CBC, como também, na Vice-Presidência da SOAMAR-Rio (Sociedade dos Amigos da Marinha).

 

Foto: www.novomilenio.inf.br

PortoGente: Por que começou a trabalhar com contêineres?

Sílvio Vasco: Quem mais me entusiasmou em trabalhar com contêineres foi meu pai, que chegou a ter uma empresa de navegação com 8 (oito) navios. Foi ele que, percebendo o desenvolvimento da movimentação de contêineres nos Estados Unidos e continente europeu, trouxe para o Brasil a representação da Interpool, na época a terceira empresa no mercado mundial de contêineres, com 300.000 unidades. Na época meu pai foi chamado de visionário pelos seus colegas de transporte, pois todos achavam que o sistema de contêineres nunca seria utilizado no Brasil.

 

PortoGente: Na sua opinião, quais as características essenciais para o sucesso de um líder? Qual sua inspiração para trabalhar diariamente?

Sílvio Vasco: A principal característica do sucesso de um líder é a sua determinação. Tanto para liderar uma entidade, como para executar e resolver os problemas que afetam um determinado setor comercial ou social. O trabalho não deve ser encarado como uma obrigação e sim executado visando às realizações pessoais.

 

PortoGente: O senhor é a favor de uma mudança na gestão dos portos brasileiros? Como o senhor vê a proposta do Consad de profissionalizar as Docas espalhadas pelo país?

Sílvio Vasco: Tenho sempre dito que a reforma portuária foi feita pela metade, tendo resolvido, em tese, os problemas que tínhamos com o excesso de trabalhadores operando dentro do navio (estiva). Faltou resolver o problema do excesso de pessoal de terra. O Governo Federal deveria criar um fundo exclusivamente para indenizar todos os trabalhadores das extintas categorias sindicais que não fazem mais parte das operações portuárias e eliminar, por completo, a ingerência sindical neste setor.

 

PortoGente: A politicagem e troca de interesses que atinge as estatais acaba prejudicando o progresso do setor portuário nacional? Como o senhor vê denúncias que acabaram por levar a prisão os dois últimos presidentes da Docas do Pará?

Sílvio Vasco: Os portos brasileiros não podem mais ser usados como instrumento de manobra e barganha de políticos, pois, isto, se junta aos movimentos sindicais, enfraquecendo um setor de vital importância para o Brasil. Quando nós vemos a estabilidade do dólar e qualquer ganho de produção nas operações que envolvem o comércio exterior; só ajudará o Brasil a manter os patamar de exportações e continuarmos com o superávit da nossa balança comercial em torno dos 50 bilhões de dólares. Hoje, o setor portuário e business não estão mais na época do Brasil dos pelegos, dos aproveitadores e dos falsos líderes sindicais. Lembram dos Braguinhos? Porto é coisa séria, não pode ser encarado mais como beira de cais, termo usado para qualificar tudo que era ruim. Aposto que, se o Porto do Pará estivesse entregue a iniciativa privada, está roubalheira não teria acontecido.

 

PortoGente: Qual o futuro do contêiner?

Sílvio Vasco: Sobre o contêiner, hoje já podemos compará-lo com as grandes invenções, pois decorridos 50 anos, esta caixinha mágica revolucionou o mundo do transporte mundial, não se admitindo mais o transporte de qualquer mercadoria sem ser em contêiner, exceto os granéis sólidos e líquidos. Prova disto são as cargas frigoríficas que praticamente já migraram totalmente para os contêineres reefer. Outro segmento que está aumentando significativamente o seu uso são as cargas de líquidos especiais. Hoje, o Contêiner possui mais regalias do que as imunidades diplomáticas para entrar e sair em praticamente todas as partes do mundo, inclusive no Brasil, cuja legislação foi toda desenvolvida pela CBC, contribuindo para o comércio exterior, com uma economia estimada de 50 milhões de dólares/ano, a valores de hoje, desde a edição da Lei 9.611/98, que tornou livre a entrada e saída do contêiner estrangeiro dentro do território nacional. Quando falamos no Contêiner, não podemos pensar somente no que foi investido no contêiner em si, mas no que já temos investido em navios (o último para 10.000 dez mil contêineres) e em terra (portos, carretas, ferrovias, terminais, etc.). Finalizando, imagino que para desbancar a “Era Contêiner”, só imaginando as cargas cruzando os vários continentes via espacial. De que maneira? Não sei.

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