Sexta, 19 Abril 2024
Com as estradas congestionadas, formando longas filas de espera para caminhoneiros, e a falta de acessos adequados para altas apostas no modal hidroviário, as ferrovias são consideradas saídas válidas para diversos setores da operação portuária.

O modal ferroviário tem grande importância para o mercado brasileiro e ainda pode ser mais bem explorado. A grande vantagem da movimentação via trens é a possibilidade de se transportar grandes quantidades de volumes por longas distâncias.

De acordo com a Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), a participação das ferrovias na matriz de transportes do Brasil vem aumentando ano a ano. A participação, que era de 19% em 1999, subiu para 24% em 2003 e está prevista para chegar a 30% em dois anos. A ANTF destaca que a referência internacional é de 42% de participação, um desafio para as ferrovias brasileiras.

A MRS Logística opera e controla a Malha Sudeste da Rede Ferroviária Federal. Segundo o Diretor Comercial Valter Luiz de Souza, a empresa atua no mercado desde 1996. A Malha interliga os estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, e possui 1674 quilômetros de extensão. "Grande parte da movimentação deve-se à produção do Quadrilátero Ferrífero em Minas Gerais. Muito minério é produzido naquela região. Além disso, 70% das cargas são provenientes da indústria siderúrgica". Destaca-se, também, o transporte de cimento, bauxita, produtos agrícolas, coque verde e contêineres.

Souza conta que a MRS Logística cobre uma região que movimenta cerca de 65% do Produto Interno Bruto (PIB) Nacional e que abriga os maiores complexos industriais do país. "Nossa sede operacional fica em Juiz de Fora (MG), mas há outros locais que são de grande importância para a empresa, como Sepetiba e Santos". A MRS tem acesso direto aos portos das cidades citadas - além dos portos de Guaíba e Rio de Janeiro -, que recebem grande parte da carga movimentada pela MRS.

O diretor superintendente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) - que é responsável pelo Porto de Sepetiba - Davi Emery Cade, está confiante em receber fatia ainda maior das mercadorias que passam pela Malha Sudeste, já que o terminal fica próximo ao Quadrilátero Ferrífero e distante do perímetro urbano.

Souza destaca que a MRS tem como prioridade a logística integrada por meio da multimodalidade, o que implica em planejamento dos locais a serem percorridos. Ele acrescenta que as cargas e rotas mais efetuadas pelos trens administrados pela empresa variam de acordo com a demanda do mercado interno e do mercado internacional. "Porém, desejamos crescer no setor de contêineres para que possamos trabalhar ainda mais com o Porto de Santos".

A América Latina Logística (ALL) é a maior empresa de logística com base ferroviária na América Latina. A empresa, que conta com uma frota de cerca de 1800 veículos e 16 mil quilômetros de vias férreas no Brasil e na Argentina, busca reforço da captação de contêineres, tendo em vista o fortalecimento do modal ferroviário.

O Diretor de Industrializados da ALL, Paulo Basílio, afirma que a empresa utiliza a estrutura existente para ganhar força no mercado de contêineres para exportação. "Acabamos de finalizar a infra-estrutura de desvio nos terminais portuários de contêineres e abrimos vários pontos de consolidação de cargas para exportação".

Embora priorize o setor de contêineres, a ALL atende diversos segmentos, como as áreas de construção, combustíveis, madeira, papel, celulose, siderúrgicos, embalagens e bebidas, entre outros. Para isso, Basílio ressalta que os serviços logísticos englobam movimentação nacional e internacional door-to-door (porta-a-porta), distribuição urbana e gestão completa de armazéns.

É possível perceber que a utilização do modal ferroviário vai muito além do planejamento de rota dos trens de uma empresa de logística. O crescimento desse modal abre espaço para que os operadores escolham a melhor opção dentre as disponíveis para a mercadoria que será transportada.

No exterior

Nos portos europeus e asiáticos, o modal ferroviário, assim como o hidroviário, é mais utilizado e melhor explorado do que no Brasil. A representante do Porto de Le Havre nas Américas, Linda Douet, conta que no terminal francês todas as empresas portuárias são interligadas à rede ferroviária local. "As empresas e terminais têm ligação direta com as ferrovias francesas e também com os principais sistemas ferroviários de toda a Europa. Isso é fundamental para desafogar os outros modais, já que Le Havre concentra 60% dos total de contêineres movimentados pela França".

Linda aponta que os operadores ferroviários oferecem serviços diários de transporte combinado e tradicional para os principais destinos da Europa. Ela lembra que, além da ligação entre os terminais, o sistema ferroviário e Le Havre liga o porto e a cidade aos grandes pólos financeiros da Europa.

Dados
Segundo a ANTF, o sistema ferroviário brasileiro possui 29798 mil quilômetros de extensão. As concessionárias de transporte ferroviário de carga, com uma frota de mais de 70 mil vagões, são responsáveis pelo transporte de mais de 200 bilhões de toneladas por quilômetro útil por ano. Esse número coloca o Brasil na sétima colocação do ranking mundial em movimentação ferroviária.

Além disso, o setor ferroviário nacional movimenta 75% da carga que se desloca sobre trilhos em toda a América Latina. A ANTF informa, ainda, que o setor ferroviário "contribui decisivamente para o superávit obtido pelo Brasil com as exportações de produtos minerais, industriais e agropecuários".

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