
Desde o início, as embarcações que chegavam à cidade ficavam ancoradas numa considerável distância da costa e das grandes margens do estuário do Rio da Prata. Desse modo, as barcaças e carretas faziam o translado das mercadorias até a costa.
Os primeiros projetos para a construção de um porto para Buenos Aires datam do final do século XVIII e princípio do XIX, pois a cidade já sentia a necessidade de ter um cais e uma estrutura portuária que servisse de fiscalização.
Em 1855 começou a ser construída, no centro histórico da cidade, a chamada Aduana Nueva, desenhada pelo engenheiro inglês Eduardo Taylor. O edifício destacava-se por sua frente semicircular que desembocava em uma explanada sobre o Rio da Prata.
À medida que o comércio de além mar incrementava-se, fazia-se necessária uma solução ao tema portuário. Entre 1876 e 1886, surgiram duas propostas para a criação do porto. Uma pertencia a Ing. Huergo que propunha uma série de docas abertas, em forma de pente. A outra, correspondia a Eduardo Madero, com um desenho de diques fechados, interligados. Este último foi o projeto que prevaleceu, sendo aprovado pelo Congresso Nacional em 1882.
As obras iniciaram em 1887 e foram concluídas em 1897. Com o incremento do comércio internacional no final do século XIX e princípio do século XX, da aparelhagem e aumento do porte dos barcos, o porto de diques tornou-se insuficiente para atender a atual demanda. Então, o Congresso entendeu que era preciso abrir concorrência para a ampliação do porto. Em 1908, aprovou a lei para a realização do concurso.
Entre 1911 e 1925, foi construído o Porto Novo, com um desenho de docas abertas protegidas por uma muralha de cais que seguia em direção ao norte de Porto Madero. Este último tornava-se, então, um subsidiário, obsoleto.
Em vista disso, surgiram os planos para reintegrar Porto Madero à atividade urbana. Sua localização, vizinha a zona do centro, a extensão da área e sua conexão com o passeio ribeirinho, tornavam Porto Madero apropriado para a instalação de atividades comerciais e administrativas com espaço de extensão recreativa. Diversas circunstâncias travaram a materialização de seu desenvolvimento.
Em novembro de 1989, mediante um convênio entre o Ministério de Obras e Serviços Públicos da Nação, a Cidade de Buenos Aires e a Secretaria Geral da Presidência da Nação, criou-se a Corporação Antigo Porto Madero S.A., transferindo o domínio de área e conferindo o poder para levar adiante seu desenvolvimento urbano. Sua gestão tornou possível a recuperação desta zona estratégica, representando, por sua envergadura e repercussão, o desenvolvimento urbano de maior importância empreendido em Buenos Aires, com expressão internacional.
O Porto Madero oferece, hoje, 43 restaurantes, oito cinemas, uma casa noturna, 11 lanchonetes e cafés, passeios, um museu, o Iate Clube, hotéis e uma bela vista do rio e de novos pólos financeiros e residenciais de Buenos Aires, além de um cassino, embora este tipo de atividade seja proibida. Para driblar a lei, os donos do cassino o instalaram dentro de um navio. Lá, ele não fica sediado no território de Buenos Aires, e, assim, responde às leis marítimas, que permitem o jogo.