Quinta, 25 Abril 2024

“As concessionárias privadas, com a ALL [América Latina Logística] à frente, não sofrem bullying, sofrem de amnésia interessada”. A observação é do ex-presidente da Ferroeste, Samuel Gomes, em contraponto ao diretor-executivo da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), Rodrigo Vilaça, que, em entrevista ao jornal Valor Econômico, no dia 4 último, disse que o setor “está sofrendo de bullying e síndrome do pânico” porque é atacado por todos os lados.

Samuel Gomes é bastante crítico à situação atual das ferrovias nacionais. A amnésia a que se refere é que as concessionárias esqueceram os contratos que se obrigaram a cumprir.

“Esqueceram, também, dos bilhões com que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) irrigou os cofres das concessionárias durante os 15 anos em que as ferrovias foram depredadas e as práticas monopolísticas mais cruéis e irresponsáveis levaram à falência empresas e de regiões inteiras e o transporte ferroviário de cargas à regressão em vários aspectos”.

Para ele, não resta dúvida de que recursos públicos financiaram a privatização da malha e financiaram sua exploração predatória. “Dinheiro público contra a sociedade brasileira”.

O ex-presidente da Ferroeste entende que a Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT) não cumpre o seu papel corretamente de controle e fiscalização dos contratos, permitindo a depredação das ferrovias brasileiras nos últimos 15 anos. “Mas agora faz biquinho com as concessionárias apenas porque está sob intensa pressão do Ministério Público Federal, que depois de anos de ações pontuais dos Procuradores da República em defesa das populações e regiões prejudicadas”.

Monopólio
A reclamação de “perseguição” por parte das concessionárias é facilmente desmontada, segundo Gomes, comparando os números do Brasil com os de outros países.

“Aqui o frete, por exemplo, é fixado com base no preço do caminhão e algumas concessionárias têm suas próprias frotas de caminhão. Aqui as concessionárias regulam a oferta de vagões para “administrar” os seus preços. A domesticação vergonhosa da ANTT pelas concessionárias é um escândalo. Com a Agência controlada, os monopólios privados deitaram e rolaram”.

Ele também crítica o papel dos fundos de pensão das estatais que foram, gradativamente, convertendo-se em sócios majoritários de concessionárias, como é o caso da ALL. A privatização das ferrovias, da forma como foi feita, significou a perda pelo Brasil de um instrumento fundamental de indução do desenvolvimento. Ferrovia é questão de soberania”.

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