Licença para derrocamento do Pedral do Lourenço destrava Hidrovia Tocantins-Araguaia
Decisão do Ibama viabiliza avanço histórico para a hidrovia, amplia a integração entre modais e reduz custos logísticos na região Norte e em todo o Brasil

Pedral do Lourenço (PA) - Foto: Antônio Cavalcante
O Ibama concedeu, no dia 28 de maio, a Licença de Instalação para o derrocamento do Pedral do Lourenço, no Rio Tocantins, no Pará. A medida marca um avanço estratégico para a Hidrovia Tocantins-Araguaia e foi celebrada pela NTC&Logística como uma conquista histórica para a infraestrutura logística do país.
O Pedral do Lourenço é uma formação rochosa entre Marabá e o Lago de Tucuruí que dificultava a navegação fluvial em períodos de estiagem. Sua remoção permitirá o transporte de grãos, minérios e insumos durante todo o ano, com mais eficiência, menor impacto ambiental e redução nos custos operacionais.
“É uma conquista histórica (...). O derrocamento do Pedral do Lourenço é uma obra estratégica que precisa avançar com responsabilidade e investimento contínuo”, afirmou Eduardo Rebuzzi, presidente da NTC&Logística.
Segundo Daniel Bertolini, vice-presidente da entidade para o Transporte da Amazônia, a liberação representa uma virada de chave: “Com essa obra, será possível transportar milhões de toneladas com menos impacto ambiental e menor custo, beneficiando produtores, exportadores e transportadores de todo o país”.
A Hidrovia Tocantins-Araguaia deve interligar o Centro-Oeste aos portos da região Norte, como o de Vila do Conde, promovendo integração logística mais eficiente e sustentável. “Ela impacta o agronegócio, a mineração, os portos e todos os elos da cadeia logística nacional”, completou Bertolini.
A expectativa é de que a capacidade da hidrovia atinja até 20 milhões de toneladas por ano. A licença concedida pelo Ibama inclui exigências ambientais como monitoramento da fauna, controle da qualidade da água e mitigação de impactos sonoros.
Para a NTC&Logística, essa decisão reforça o papel da entidade na busca por soluções logísticas modernas e sustentáveis. A entidade destaca que o futuro do transporte no Brasil passa pela diversificação dos modais e uma integração logística sólida e equilibrada.
A Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística representa cerca de 4 mil empresas de transporte associadas direta e indiretamente, além de mais de 50 entidades patronais e fornecedores. No total, representa um universo de 10.500 empresas que operam mais de um milhão de caminhões e geram mais de 4 milhões de empregos.