Domingo, 30 de março de 2025

Maior representatividade feminina no Transporte Rodoviário de Cargas fortalece a competitividade do setor e inspira novas gerações

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Imagem: Freepik

A presença feminina no Transporte Rodoviário de Cargas (TRC) tem crescido de forma constante nos últimos anos, refletindo em uma mudança gradual na estrutura do setor. Apesar de historicamente ser dominado por homens, diversas mulheres têm ganhado destaque e impulsionado o aumento feminino no TRC. De acordo com dados do Instituto Paulista do Transporte de Cargas (IPTC), apresentados através do "índice de Equidade de Gênero", o número de mulheres nas empresas do setor saltou de 15% em 2023 para 26% em 2024.

O relatório também apontou que 44% das empresas possuem uma estratégia de recrutamento para aumentar a contratação de mulheres. Estes recentes impulsionamentos e o avanço de iniciativas de inclusão e conscientização promovidas por movimentos que incentivam a participação feminina no setor, como o Vez & Voz, criado pelo Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região (SETCESP), mostram que há uma tendência positiva para os próximos anos.

Para Ana Jarrouge, presidente executiva do SETCESP, a evolução feminina no TRC é resultado de uma mudança cultural e de esforços voltados à conscientização sobre a importância da diversidade no setor. "Os números têm mostrado avanços, ainda que em um ritmo mais lento do que gostaríamos. Pequenas ações já demonstraram que podem trazer resultados positivos e isso vai mexendo com a cultura das organizações. É um processo lento, mas estamos fazendo com qualidade, critérios, ética e responsabilidade social, garantindo uma verdadeira transformação do setor", afirma.

A diversidade no TRC também tem impactos positivos na gestão e no desempenho operacional das empresas. Joyce Bessa, diretora da TransJordano, reforça que a inclusão feminina contribui para a inovação e aprimoramento das práticas de gestão. "A diversidade de perspectivas enriquece a tomada de decisões e melhora a eficiência operacional. Homens e mulheres têm formas distintas de pensar e abordar desafios, e essa pluralidade de ideias contribui para soluções mais inovadoras e assertivas", destaca.

Além disso, a executiva enfatiza a importância da representação: "Quando uma mulher ocupa um cargo estratégico e de liderança, ela mostra que é possível chegar lá. Isso motiva outras profissionais que estão iniciando suas trajetórias." Neste sentido, a TransJordano, empresa que Joyce atua, criou um projeto especial chamado Jordanetes, que visa estimular a presença feminina, unir as profissionais e entender como poderiam ajudá-las em seus desenvolvimentos dentro da organização.

O suporte e a visibilidade são fatores determinantes para que mais mulheres ingressem no setor, segundo Ludymila Mahnic, COO da Mahnic Operadora Logística. "A forma como é colocado que a mulher pode, sim, trabalhar no Transporte Rodoviário de Cargas faz toda a diferença. Nós, que já temos uma trajetória consolidada, nos tornamos referências e incentivamos outras mulheres a buscar oportunidades na área logística". Mahnic também destaca que a inclusão feminina traz mudanças positivas para o ambiente de trabalho, proporcionando mais empatia e equilíbrio nas tomadas de decisão.

Com esses avanços, o Transporte Rodoviário de Cargas caminha, mesmo que de forma lenta, para se tornar um setor cada vez mais inclusivo e diverso. A inserção de mais mulheres não apenas amplia as oportunidades para as futuras gerações, mas também fortalece a competitividade das empresas ao incorporar diferentes perspectivas e habilidades ao setor. Como destaca Joyce Bessa: "O futuro do TRC passa pela inclusão, e as mulheres têm um papel essencial nessa evolução."

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Sobre Ana Jarrouge: Presidente executiva do SETCESP e diretora da Confederação Nacional do Transporte (CNT) da Seção de Cargas, Ana Jarrouge é formada em Direito com especialização em Relações do Trabalho, e possui MBA em Gestão de Pessoas, ambas pela Fundação Getulio Vargas (FGV), e MBA em Finanças com ênfase no transporte e logística pelo Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (IBMEC). Também é idealizadora do Movimento Vez & Voz (https://www.vezevoz.org/), criado para fomentar a participação de mulheres no TRC.

Sobre Joyce Bessa: Formada em administração de empresas pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas – PUC, pós-graduada em gestão em negócios pela Fundação Dom Cabral, e com MBA em gestão em finanças pelo IBMEC, Joyce Bessa atua há mais de 20 anos na TransJordano, empresa focada no transporte de cargas com sede em Paulínia-SP. Atualmente, a executiva atua como Diretora de estratégia e gestão na TransJordano e vice-presidente extraordinária de ESG da NTC&Logística.

Sobre Ludymila Mahnic: Diretora operacional da Mahnic Operadora Logística, empresa que tem 50 anos de tradição no setor de transportes e referência na região de Goiás. Formada em administração, pós-graduada em gestão de pessoas e marketing com MBA em logística, supply chain e transportes.

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