O setor logístico vem passando por profundas transformações - e não é de hoje. Impulsionada pela tecnologia, pela crescente demanda dos consumidores e pela necessidade incontestável de produtividade e sustentabilidade, a cadeia de suprimentos não pode ignorar algumas tendências, sob o risco de perder oportunidades de otimização e crescimento.
Seja pelo forte crescimento do e-commerce, pela necessidade de entregas mais rápidas e personalizadas, pela crescente preocupação com as mudanças climáticas ou pela necessidade de resiliência "aprendida" durante a pandemia, as empresas terão, obrigatoriamente, que voltar suas atenções às tendências para 2025.
E o que isso quer dizer? Que todo o setor logístico precisará se reorganizar para viver – e sobreviver – em um mercado globalizado e exigente. Por mais complexo e desafiador que isso pareça, a estratégia passa pelo reconhecimento das principais tendências e por meios para colocá-las em prática.
Principais tendências da logística moderna
A tecnologia, a integração e a sustentabilidade vão moldar, em 2025, a forma como as empresas produzem, movimentam e entregam seus produtos.
Automatização de processos e agentes de IA: cada vez mais processos que são manuais e dependentes de pessoas serão automatizados.
A automatização dos processos, amparada pela inteligência artificial (IA) e pela Internet das Coisas (IoT), vai transformar os processos logísticos. Agentes de IA, sensores e sistemas inteligentes serão usados para acessar e analisar dados em tempo real, otimizar processos, prever falhas, minimizar erros e tomar decisões precisas.
Logística Sustentável: essa pauta continua evoluindo nas empresas
Planejada para reduzir o impacto ambiental das operações da cadeia de suprimentos, a Logística Verde se baseia na redução das emissões de gases do efeito estufa, menor consumo de energia, redução e gestão de resíduos etc. Para isso, as empresas precisam otimizar rotas, melhorar a produtividade dos ativos com torres de controle, avançar nas iniciativas de frota verde e melhorar seus programas de Logística Reversa.
Omnichannel: conexão e integração total
O omnichannel consiste em oferecer uma experiência de compra integrada e consistente aos clientes, independentemente do canal utilizado (loja física, e-commerce, aplicativos etc.). Para implementar o omnichannel, as empresas devem integrar seus canais de venda, oferecer opções de entrega flexíveis e personalizar a experiência do cliente.
Logística Colaborativa: novo olhar para o ecossistema
A Logística Colaborativa é a cooperação entre empresas e o compartilhamento de recursos e informações. Sua implementação passa pelo uso de plataformas digitais que facilitam a colaboração, sendo a maior oportunidade no transporte. Os resultados são a redução de custos, aumento da eficiência e agilidade.
Personalização para melhorar a experiência do cliente
Oferecer produtos e serviços personalizados não é mais uma questão de escolha, é uma condição essencial para satisfazer os clientes, fortalecer relacionamentos e gerar maior fidelidade. A personalização requer coleta e análise de dados dos clientes, recomendações dirigidas, opções de entrega flexíveis e experiências de compra.
Supply chain resiliente e flexível
Ser resiliente é ser capaz de se adaptar rapidamente a mudanças inesperadas, como crises globais, desastres naturais e interrupções na produção. Para ter resiliência na cadeia de suprimentos é necessário diversificar os fornecedores, investir em tecnologias de monitoramento, desenvolver planos de contingência e fortalecer a colaboração.
Análise preditiva e entrega antecipada
Por meio de dados históricos obtidos com ferramentas de business intelligence e machine learning, as empresas conseguem prever demandas futuras e otimizar operações logísticas. Ao fazer isso, não só reduzem os custos como evitam rupturas de estoque, agilizam entregas e melhoram a satisfação do cliente.
Logística autônoma: drones e veículos autônomos
Uma realidade ainda um pouco distinta no Brasil, a logística autônoma envolve o uso de drones e veículos autônomos no transporte e na entrega das cargas. A estratégia exige investimento em tecnologia, infraestrutura e regulamentação, mas os ganhos vão do aumento da eficiência à redução de custos, passando por novas opções de entregas em áreas remotas.
Logística Integrada ou One Stop Shop
A integração de sistemas logísticos é uma medida essencial no supply chain, mas em 2025 o conceito de One Stop Shop ganhará força. Ele representa a unificação de todas as etapas operacionais em um único ponto de contato. É quando soluções e serviços logísticos são encontrados na mesma plataforma. Além de otimizar as operações, o One Stop Shop ajuda a reduzir custos e melhora a eficiência dos serviços e a experiência do cliente.
O que falta para as empresas colocarem essas tendências em prática?
O futuro da logística é promissor para quem prioriza a eficiência, a sustentabilidade e a satisfação do cliente. Para transformar as tendências em ação e superar os desafios é preciso alinhar os investimentos em tecnologia alinhando-os à estratégia do negócio como um todo.
A automação e a digitalização também exigem profissionais qualificados para operar os sistemas, além de uma mudança cultural nas empresas que desejam se adaptar às novas tecnologias.
A resistência à mudança e a falta de uma cultura inovadora e colaborativa podem dificultar a implementação de novas práticas operacionais, por isso, o planejamento das ações de inovação deve ser feito de forma estratégica.
Como superar desafios logísticos e revolucionar a logística?
Para acelerar a implementação das tendências do setor logístico, o primeiro passo é incentivar a inovação e lançar um novo olhar sobre o conceito de concorrência.
Na Logística Colaborativa, por exemplo, os concorrentes compartilham ativos e recursos para reduzir custos. Isso não significa que perderão sua capacidade de diferenciação ou terão a competitividade comprometida. Muito pelo contrário!
Quando as empresas compartilham ativos comuns e soluções para os mesmos problemas, elas podem concentrar esforços em outras estratégias do negócio.
Os investimentos em tecnologia e na capacitação dos profissionais são outras medidas essenciais para elevar o patamar da cadeia de suprimentos em 2025.
Por Diego Gonçalves, COO Embarcador nstech