Domingo, 24 Novembro 2024

Congresso Andav 2022 conta com mais de 120 expositores nacionais e internacionais, que estão expondo as principais novidades do setor

Gustavo Spadotti, chefe geral da Embrapa Territorial, afirmou que o país tem o maior patrimônio natural protegido e preservado do mundo, graças ao papel dos produtores e distribuidores na aplicação de tecnologias. Segundo ele, o valor do patrimônio imobilizado com a vegetação nativa é de R$ 3 trilhões. A informação foi divulgada no palco do Congresso Andav 2022, que aconteceu até o dia 19 de agosto último, no Transamerica Expo Center, em São Paulo. O evento é uma realização da Associação Nacional dos Distribuidores de Insumo Agrícolas e Veterinários (Andav) e organizado pela Zest Eventos.

Congresso AndavCongresso Andav 2022 - Painel Bioeconomia. Crédito: FDfotografia.com.br

Para se ter uma ideia, ele mencionou que são 258 milhões de hectares de áreas protegidas, o equivalente a 1.871 unidades de conservação e terras indígenas, totalizando 2.471 unidades, ou 30,3% do território brasileiro, ante a média de 15,7%, de todos os outros países. Já as áreas de preservadas de vegetação nativa do território brasileiro somam 282 milhões de hectares, o que corresponde a 33,2% do território.

Ao todo, são mais de 480 hectares protegidos e preservados, o que supera 66% da área do país. “Por isso, assombramos o mundo, utilizando a terra de forma eficiente, tecnologia, e produzindo de duas a três safras anuais. Além disso, a cada ano que passa, temos menos pasto e mais boi”, disse Spadotti.

Bioeconomia e crédito verde
O moderador do Painel Bioeconomia e Crédito Verde, Marcos Fava, sócio sênior da Marketstrat, destacou que a bioeconomia vai contribuir para o Brasil chegar à liderança mundial em nove cadeias produtivas da agropecuária. “É nosso momento de levantar a bandeira e dizer, nós vamos resolver o problema da fome no mundo, vamos resolver o problema dos preços das commodities”, disse.

Já o chefe geral da Embrapa Meio Ambiente, Marcelo Morandi, citou um estudo, no qual a entidade identificou possibilidades de negócios com crédito de carbono verde em vários setores da economia brasileira, estimados em R$ 700 bilhões. Segundo ele, essas oportunidades estão relacionadas ao Código Florestal, baixo carbono (programa ABC), Renovabio, além de pagamentos por serviços ambientais, bioinsumos, orgânicos e polinizadores. “O Brasil precisa aproveitar a conjuntura global para mostrar as vantagens competitivas, comparativas e colaborativas”, argumentou Morandi.

A advogada Samanta Pineda, da Pineda e Krahn, sugeriu a realização de um plano de serviço ambiental estratégico, para o produtor ganhar com o crédito carbono, alinhado com base nas vantagens competitivas do Brasil, comparadas a outros países do mundo, como o plantio direto, o uso de biocombustíveis e de bioinsumos.

Para Edsmar Carvalho, BoardMember da Agrivalle, o solo é o maior patrimônio do agricultor, mas outros ativos vão começar a surgir e são importantes. Também ressaltou a velocidade no uso dos biodefensivos nas culturas. Em relação à soja, por exemplo, a expectativa é de aumento entre 74% e 95% de adesão ao uso de biodefensivos.

Financiamento e crédito no agro
O agronegócio brasileiro tem buscado diversificar as formas de financiamento e crédito, uma vez que os recursos públicos não são suficientes para atender todo o setor. Uma dessas formas é o mercado de capitais. Em 2021, das 46 empresas realizaram sua oferta inicial de ações na B3, 21 estavam relacionadas ao agro. “Isso mostra pujança desse segmento”, pontuou o diretor de Produtos Balcão e Novos Negócios da B3, Fabio Zenaro, durante painel na Plenária do Congresso Andav 2022.

Ele ponderou que o mercado de capitais pode ser utilizado de forma mais ampla pelo agro para captação de recursos. Sobre a CPR – Cédulas do Produtor Rural, ele afirmou que a B3 possui 137 bilhões de estoque e 80% dessa área, e como registrador, tem trabalhado para tornar o processo de registro mais fácil. Para ele, o desafio está ligado ao conhecimento das novas ferramentas e instrumentos que podem trazer benefícios ao setor.

Para corroborar com a avaliação de Zenaro, o diretor de Operações da Serasa Experian, Renato Girotto, ponderou que um desafio do setor é tracionar fontes de crédito ao mercado de capitais.

O secretário-adjunto do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), José Angelo Mazzillo Junior, comentou sobre as novidades da Lei Nº 14.421/2022 sancionada em julho, que aprimora dispositivos que normatizavam a CPR, como a ampliação 10 dias para 30 dias para registrar a cédula em autoridades registrada no Banco Central.

Para o gerente de Crédito e ESG da Agro Amazônia, Fernando Almeida, com o crédito oficial escasso, será necessária uma participação ainda maior da inciativa privada. “Mais da metade do crédito depende do setor privado”, disse. Ele comentou ainda sobre a união entre o crédito e o ESG. “Não tem como pensar o agro sem sustentabilidade”. A seu ver, é preciso unir esforços para que o Brasil siga alimentando o mundo.

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