Ação realizada na estação ferroviária de Joaquim Murtinho, inaugurada no início do século XX no interior de Minas Gerais, é patrocinada pela MRS Logística
Um vagão de 100 m² parado há anos na estação ferroviária de Joaquim Murtinho, inaugurada em 1914 no interior de Minas Gerais, já sofria as intempéries do abandono. Antes avermelhado pela ferrugem, é agora uma explosão de cores pelas mãos do artista Celo (Marcelo Henrique Duarte). A ação realizada pela Fábrica de Graffiti (fabricadegraffiti.com.br) – projeto que humaniza distritos industriais por meio da arte de rua –, com patrocínio da MRS Logística, transformou o antigo vagão em um refúgio aos olhos da comunidade.
Divulgação/Fábrica de Graffiti. Artista Celo (Marcelo Henrique Duarte)
em ação realizada pela Fábrica de Graffiti.
A ação foi realizada em quatro etapas: raspagem da camada de ferrugem; cobertura com zarcão, que tem propriedades anticorrosivas; pintura em estilo graffiti; e revestimento com verniz, para garantir durabilidade à pintura.
Paula Mesquita Lage, fundadora e produtora executiva da Fábrica de Graffiti, explica que a ação é também uma referência à essência da cultura hip hop: “Nos anos 1970, os vagões de metrô de Nova York eram grafitados para ‘marcar território’ em um momento em que a arte de rua era muito marginalizada. Foi algo que marcou uma década e entrou para a história do graffiti, por isso é tão simbólico pintar um vagão.”
Celo começou sua carreira artística em 2004 com a intenção de acrescentar algo positivo ao cotidiano dos moradores de sua comunidade, Cabana do Pai Tomás, em Belo Horizonte. "Sempre gostei de desenhar. Em 1997 vi na TV uma matéria de uns caras usando tubos de spray pra fazer uma pintura e decidi que queria fazer o mesmo. Depois do meu primeiro contato com o spray, me apaixonei pela cultura hip hop como um todo. Mas ainda é difícil encontrar instituições que acreditem na capacidade de artistas que vêm da periferia", comenta o grafiteiro. Veja a participação dele aqui.