As principais tomadas de decisão que envolvem o desenvolvimento do projeto e o canteiro de obra são tomadas por engenheiros civis. A missão desses profissionais também é traçar estratégias que atendam aos objetivos, custos e prazos estabelecidos pelo cliente. Mas será que a trena, o CAD (desenho assistido por computador) e as planilhas são as melhores ferramentas para fazer um trabalho tão complexo?
Um levantamento feito pelo IPEA indicou que no Brasil, apesar de termos engenheiros em número suficiente, ainda lhes falta especialização. Para manter um bom posicionamento em um mercado tão competitivo, profissionais e empresas da área precisam investir em conhecimento técnico e novos equipamentos. Este, aliás, foi um ponto que a Kemp, empresa de projetos e gerenciamento de obra, percebeu antecipadamente. Ao compreender a capacidade de inovação de algumas ferramentas, a companhia decidiu investir pesadamente – e com pioneirismo em muitas áreas – em tecnologia.=
Além de tornar as escolhas mais assertivas – e com ganhos financeiros –, há tecnologias que antecipam os problemas e propõem soluções antes de o projeto sair do papel. Confira quais são estas novidades que podem potencializar o trabalho do engenheiro civil!
BIM
Utilizada para a criação de modelos virtuais precisos das obras ainda em fase de projeto, a metodologia BIM (Building Information Modeling) garante maior produtividade, minimiza erros, desperdício de material e reduz gastos em até 20%. Permite que os engenheiros trabalhem em um modelo central tridimensional. Uma espécie de canteiro de obra virtual, o projeto em BIM permite aos profissionais atuarem na modelagem e no gerenciamento de todas as etapas de uma obra.
Com o trabalho sendo executado de forma simultânea pelos membros da equipe e demais agentes envolvidos no projeto, a adoção do conceito BIM baseia-se na colaboração e na multidisciplinaridade. Na prática, o modelo permite a visualização dos processos, a evolução da obra e a sequência das diversas etapas, com análises e simulações muito mais dinâmicas do que os processos tradicionais em 2D.
Escaneamento a laser
Com feixes de laser emitidos em 360º, o equipamento é capaz de medir distâncias entre a superfície e o aparelho. Pode ser usado no levantamento assim como na fase de execução de obra, para conferir o que foi feito e deixar o histórico de instalações, conhecido como AsBuilt, se for preciso.
Além de amenizar as falhas humanas, é possível fazer o acervo em fotos digitais do imóvel, onde podem ser obtidas quaisquer medidas com precisão, permitindo que a qualquer momento se confirmem ou obtenham informações. Diferentemente de outros aparatos mais antigos, o engenheiro não precisa se desgastar fisicamente para medir um amplo imóvel.
No processo de captação dos dados via laser também são obtidas fotos 360° de cada local, que ainda permitem que seja gerado um filme ou a integração com outros sistemas, como a realidade virtual. O escaneamento a laser é uma ferramenta poderosa, que possibilita reduzir custos e prazos, otimizar o trabalho e compartilhar o resultado com os clientes.
Sem necessariamente ter contato com a superfície, as informações coletadas pela ferramenta são transformadas em nítidas imagens 3D. A imagem final se assemelha ao “Google Earth” do imóvel, devido à grande precisão e a sua simulação perfeita das condições físicas do local. O resultado é em alta resolução, informa as dimensões e possibilita visualizar o ambiente como se o profissional estivesse caminhando por ele.
Software de gestão
Uma construção envolve muitas pessoas, e manter equipes internas, externas e clientes atualizados é sempre um desafio. Além dessa gestão, o engenheiro também precisa desenvolver o planejamento, a logística e administrar prazos. No canteiro de obras, há vários dados que precisam ser coletados para controle. Ou seja, utilizar apenas uma planilha é inviável!
Atualmente, os softwares surpreendem com a alta capacidade de registro e processamento, que evitam desperdícios, ajudam a manter o planejamento de obras dentro do orçamento e preveem falhas. Na Kemp, os profissionais priorizaram o uso de uma plataforma online capaz de comportar todas as etapas das obras. Por isso, decidiram desenvolver o próprio software de gestão de engenharia, o Workemp.
Além de comportar o diário de obra online, a plataforma também possibilita aos residentes registrarem a vistoria, fiscalização, checagem, report fotográfico ou qualquer outra ação prevista. As informações ficam imediatamente disponíveis na plataforma e podem ser consultadas a qualquer momento por funcionários, clientes e até fornecedores.
Realidade aumentada
Se você achava que os óculos de realidade aumentada eram uma exclusividade do universo do games, se enganou! Na construção civil, a Realidade Aumentada é utilizada na etapa de projeto, para tomar decisões técnicas e estéticas. Já na parte de execução serve para comparar o que foi projetado com o executado. A tecnologia possibilita o usuário caminhar pelo projeto arquitetônico e experimentar na prática, em um ambiente 3D, como será o resultado final da obra. Assim, o engenheiro consegue mostrar explicitamente cada detalhe do projeto ao cliente.
O principal objetivo é proporcionar uma experiência completa, e o holograma é essencial para saber se a obra está sendo executada conforme o projeto. Esse “tour virtual” permite que cliente participe das decisões ou eventuais mudanças. Se for uma loja, por exemplo, é possível entender na prática como ficarão as gôndolas cheias de produtos ou o espaçamento destinado à circulação de pessoas.