No Paraná, o salto foi ainda maior: 160%. Aumentou também no estado o número de estabelecimentos no ramo.
O ramo de serviços em Tecnologia da Informação (TI ) se configura desde meados da década passada como um dos mais promissores na geração de empregos
O ramo de serviços em Tecnologia da Informação (TI) registrou crescimento de 95% no número de postos de trabalho em um período de 12 anos, como aponta um levantamento realizado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a Associação das Empresas de Tecnologia da Informação no Paraná (Assespro-Paraná).
O estudo constatou que, entre 2007 e 2019, houve a criação de 230 mil vagas de trabalho em todo o país. De 241 mil empregos no ramo em 2007, passou para 472 mil em 2019. O aumento de 95% no período foi possível mesmo com saldos negativos verificados em 2016 e 2017, por conta da crise econômica.
Por outro lado, o número de estabelecimentos em atividade no ramo de serviço de TI registrou queda: -9% entre 2007 e 2018. Eram 86 mil estabelecimentos no ramo em 2007, em todo o Brasil, e, em 2018, o total baixou para 79 mil.
Paraná
No Paraná, o desempenho, tanto em geração de empregos como em estabelecimentos em atividade, superou a média nacional. O crescimento no número de postos de trabalho, por exemplo, foi da ordem de 160%.
De 10 mil pessoas empregadas no ramo de serviços em TI em 2007, o estado saltou para mais de 27 mil em 2018. O professor Victor Manoel Pelaez Alvarez, do Departamento de Economia da UFPR, observa que o saldo foi bastante favorável, mesmo com quedas verificadas em 2015 e 2017. “Quedas essas associadas à crise econômica mais intensa do país, nesse período.”
Já o número de estabelecimentos no ramo de serviços em TI subiu 29%, entre 2007 e 2018. Eram pouco mais de quatro mil ativos em todo o Paraná, em 2007, saltando para seis mil em 2018. “Com isso, o Paraná se estabeleceu entre as quatro unidades da federação com maior participação no total de estabelecimentos ativos no ramo de serviços em TI”, sublinha o presidente da Assespro-Paraná, Adriano Krzyuy.
O Paraná responde por 7% dos estabelecimentos, à frente do Rio Grande do Sul (6%), Santa Catarina (5%) e Distrito Federal (2%). Os três primeiros postos do ranking são ocupados por São Paulo (52% dos estabelecimentos), Minas Gerais (8%) e Rio de Janeiro (8%).
Adriano Krzyuy cita como relevante, também, a tendência de interiorização do ramo de serviços em TI, no Paraná. Ele observa que, de 2017 para 2018, a taxa de crescimento de emprego no ramo, em todo o estado, foi de 16%. Em dois municípios do interior esse incremento ficou acima da média: Maringá (32%) e Cascavel (18%). Destaque, ainda, para Pato Branco, com alta de 16%, mesmo índice de aumento verificado na capital, Curitiba.
NA PANDEMIA
Os bons resultados no amplo período analisado foram ratificados neste ano, mesmo com a pandemia do novo coronavírus e seus impactos socioeconômicos. No acumulado entre julho de 2019 e julho de 2020, o Paraná manteve saldo positivo (de 6%) entre admissões e desligamentos no ramo de serviços em TI, segundo outro boletim desenvolvido pela entidade.
A taxa de variação positiva no saldo de empregos entre as empresas paranaenses foi praticamente duas vezes maior que os 3,2% registrados no Brasil. “O ramo de serviços em TI, em particular no Paraná, mostrou capacidade de ‘resiliência’ diante da crise. A ampliação de empregos nesse ramo reafirma a importância das atividades em TI para o desenvolvimento do país”, assinala Adriano Krzyuy.
O estudo foi feito a partir de dados do Relatório Anual de Informações Sociais (Rais) consolidado agora em 2020. O Rais é produzido atualmente pelo Ministério da Economia e reúne declarações feitas obrigatoriamente por todos os estabelecimentos empregadores do país, entre janeiro e março de cada exercício.