"Sem mobilidade urbana não há desenvolvimento econômico e bem-estar, nem atendimento das necessidades básicas da população", afirma o diretor do Centro de Estudos FGV Transportes, Marcus Quintella. Segundo ele, é necessário melhorar substancialmente as condições de mobilidade urbana no Brasil para melhorar a qualidade de vida da população. "O transporte público é o único serviço que participa de todas as atividades da sociedade, o tempo todo, todos os dias", destaca.
Para Quintella, as cidades precisam contar com uma infraestrutura viária e cicloviária com sinalização e controle de tráfego inteligentes, interfaces eficientes que permitam a integração multimodal e ofereçam conforto e segurança. "É necessário buscar ainda soluções inovadoras e criativas, como teleféricos, esteiras rolantes, elevadores de grande capacidade e bicicletas públicas", ressalta Quintella.
"É imprescindível pensar também nas restrições e limitações ao transporte individual nas zonas centrais, calçadas confortáveis, niveladas, sem buracos e obstáculos, para atender as viagens a pé ou em cadeiras de rodas, e na educação continuada a partir do ensino fundamental", enumera.
Quintella afirma que os maiores desafios da mobilidade urbana no Brasil são políticos. "Precisamos urgentemente de um plano nacional de mobilidade urbana tecnicamente elaborado e comandado por uma autoridade federal única, que teria sob sua subordinação as autoridades metropolitanas únicas de cada estado brasileiro. Caso isso não aconteça, continuaremos com sistemas desconexos, ineficientes e inviáveis", avalia.