A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) vai assumir a gestão do Aeroporto Civil Metropolitano do Guarujá (SP), localizado na Baixada Santista. Pelos próximos 12 meses, a empresa será responsável pela gestão aeroportuária e operacional das instalações, com o objetivo de adequá-las para o recebimento de voos comerciais regulares. O contrato foi assinado, no dia 30 último, pelo prefeito de Guarujá, Valter Suman; e pelo superintendente do Aeroporto de Congonhas, João Márcio Jordão, que representou o superintende de Negócios da Infraero, Francisco Nunes, que acompanhou o ato de Brasília junto com os diretores de Operações e Serviços Técnicos, Brigadeiro André Luiz Fonseca e Silva; e de Finanças e Novos Negócios, Thiago Pedroso.
Aeroporto de Guarujá, no litoral norte paulista. Crédito: Prefeitura Municipal de Guarujá (SP).
Os trabalhos iniciais da Infraero começarão pela análise de estruturas como pista de pouso e decolagem, pátio de aeronaves, terminal de passageiros, entre outras, para a realização de investimentos e melhorias exigidos pelas normas da aviação civil. Outra ação a ser realizada, será a elaboração e revisão de documentações técnicas exigidas pelas autoridades aeronáuticas brasileiras.
Com essas ações, a Infraero providenciará a homologação e cadastro do aeroporto como aeródromo civil público para que ele possa aprimorar seu perfil para atendimento de demanda, além de ter condições de pleitear recursos federais para investimento. "Assim, a Infraero poderá oferecer um serviço mais aprimorado para aviação geral e, gradativamente, os ajustes e melhorias possibilitarão futuras operações de voos comerciais regulares ligando Guarujá a outras regiões do País", explica o superintendente de Negócios da Infraero, Francisco Nunes.
A volta de empresas aéreas, por sua vez, poderá ocorrer na segunda fase do contrato, quando a Infraero deverá viabilizar a certificação operacional do aeroporto para aeronaves comerciais regulares de menor porte, como o ATR-72. "Em seguida, com o amadurecimento das atividades e da demanda, teremos a terceira etapa, que contempla os planejamentos de melhorias na infraestrutura para aperfeiçoar a certificação do aeroporto para receber aeronaves maiores, como o Airbus A320, Boeing 737-700 e Embraer E-195. Com isso, poderá haver um maior desenvolvimento da integração de modais para passageiros e cargas", avalia Francisco.
Além desses trabalhos, a Infraero também ficará responsável por outros serviços importantes do aeroporto, como vigilância (patrimonial, controle de acesso e predial); proteção da aviação civil; limpeza e conservação de áreas comuns; manutenção das edificações e áreas operacionais; além de assumir despesas de água, luz e telefonia necessárias ao funcionamento do aeródromo.
Exploração comercial
Entre as atividades previstas no contrato entre a Infraero e o Município de Guarujá está a exploração comercial das atividades relacionadas ao aeroporto. Para isso, a Infraero usará sua expertise para prospectar negócios para o terminal e suas áreas externas. "A expertise de uma rede de aeroportos bastante diversificada como a da Infraero será aplicada em Guarujá. Assim, haverá a prospecção de empreendimentos que, saindo do papel, poderão contribuir para uma retomada da economia e, consequentemente, para a arrecadação municipal", afirma o superintendente de Negócios Comerciais em Aeroportos da Infraero, Bruno Basseto.
Dados socioeconômicos
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Região Metropolitana da Baixada Santista, composta por nove municípios (Guarujá, Santos, Bertioga, Cubatão, Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe, Praia Grande e São Vicente), reúne uma população estimada de 1,86 milhão de habitantes, o que equivale a cerca de 4% da população estimada do estado de São Paulo. Além disso, o aeroporto está na a região do Porto de Santos, maior complexo portuário da América Latina e responsável por quase um terço das trocas comerciais brasileiras, que segundo a Santos Port Authority (SPA), gera cerca de 33 mil empregos para a Baixada Santista, além de ter uma área de influência na economia que envolve 17 estados e o Distrito Federal.