Novo pacote conta com setor privado, que hoje foca na preservação do caixa para atravessar a crise
A Casa Civil e o Ministério da Infraestrutura lançaram o pacote econômico Pró Brasil, prevendo 250 bilhões de reais em parcerias público-privadas e 50 bilhões de reais em investimentos públicos. Entre as prioridades do plano, estão o investimento em logística, energia e telecomunicações, com impacto almejado no agronegócio, indústria, serviços e turismo. O pacote não detalhou quais serão as obras previstas e como será a distribuição do montante.
De acordo com Leonardo Trevisan, economista e professor de Relações Internacionais da ESPM SP, o plano é inviável não só pelas conjunturas atuais de orçamento do Governo Federal, mas também pelas condições financeiras do setor privado. "As projeções de recessão estão se aprofundando e, nesse cenário, a primeira preocupação das empresas é fazer caixa. Contar com a adesão do setor privado em um cenário de incertezas como o atual não é realista. A amplitude do pacote não está calibrada com as previsões econômicas", afirma.
Além da prioridade na manutenção de caixa por parte do setor privado, as incongruências nas linhas de ação da equipe econômica são outra variável contrária. "A confiança para que um plano desse porte seja viável é fundamental. E essa não foi a mensagem passada pelo governo, com a ausência de integrantes no Ministério da Economia no lançamento e, mais importante, com uma pauta contrária a que o ministro Paulo Guedes tem defendido desde o início do mandato", diz Trevisan.