A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) estima que em 20 anos a contribuição da aviação para a economia brasileira poderá atingir a marca de 88 bilhões de dólares por ano e gerar mais de 3,2 milhões de empregos caso políticas favoráveis sejam efetivamente implementadas no Brasil
O estudo reforça a importância de alinhar a estrutura regulatória do Brasil com as melhores práticas globais e faz parte da campanha "Valor da Aviação", cujo site é lançado na semana do Dia Internacional da Aviação Civil.
Com um valor adicionado bruto de 18,8 bilhões de dólares à economia nacional e gerando mais de 800 mil empregos diretos e indiretos, o mercado de aviação brasileiro tem potencial de crescer quase 5 vezes em 20 anos. Este e outros dados sobre o impacto do transporte aéreo no Brasil são trazidos pelo estudo O valor do transporte aéreo no Brasil: desafios e oportunidades para o futuro, realizado pela Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA).
Segundo os números da associação, as contribuições da aviação para a economia e a sociedade brasileiras são originárias da geração de empregos, do consumo gerado pelas companhias aéreas e sua cadeia de suprimentos, do efeito catalizador do fluxo de comércio e da vinda de turistas. As companhias aéreas, operadores de aeroportos, fabricantes de aeronaves e provedores de serviços têm cerca de 167 mil pessoas diretamente empregadas e geram mais de 372 mil empregos de forma indireta. Já o consumo dos turistas que chegam por via aérea ajuda a manter mais 300 mil empregos e contribui com 6,5 bilhões de dólares para o Produto Interno Bruto (PIB).
O mercado da aviação no Brasil tem grande potencial de crescimento, principalmente em termos de conectividade doméstica e diversificação de conexões internacionais diretas. Mas, para isso efetivamente acontecer, é essencial manter a competitividade do setor ao enfrentar as seguintes deficiências:
• Alto custo dos negócios, principalmente devido ao preço do combustível de aviação - um dos mais caros do planeta, alta carga tributária além dos custos para atender requisitos regulatórios que aumentam o custo das viagens e tornam os voos menos acessíveis aos consumidores sensíveis à evolução do preço e aos passageiros que pretendem fazer sua primeira viagem;
• Uso ineficiente da infraestrutura que cria obstáculos aos viajantes e custos adicionais as companhias aéreas;
• Falta de harmonização regulatória com as melhores práticas globais, o que se agrava com a prevalência de instrumentos legais para a resolução de disputas, criando confusão para os consumidores, companhias aéreas e um significativo aumento dos custos. Neste sentido, o aumento excessivo de ações judiciais prejudica o crescimento do setor e apresenta um fator inibitório para companhias aéreas estrangeiras se instalarem no País. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Direito Aeronáutico (IBAER), o número de processos contra as aéreas foi de 64 mil em 2018 para 109 mil apenas entre janeiro a julho deste ano.